Mais de cinco centenas de activistas manifestaram-se nesta quinta-feira, no Largo 1o de Maio, em Luanda, para protestar contra falta de emprego, realização de eleições autárquicas em 2021 e o aumento do custo de vida em Angola.
A manifestação, terceira realizada na capital do país, entre Novembro e Dezembro, decorreu sem confrontos entre os jovens e a Polícia.
Durante o protesto, os manifestantes, muitos dos quais desprovidos de máscaras e outros materiais de biossegurança, exigiram ao Executivo a realização de Eleições Autárquicas em 2021.
Exigiram, igualmente, novas medidas para combater o desemprego, reduzir o preço dos produtos da cesta básica, além de melhorias na qualidade dos serviços de saúde em Angola.
No protesto, que partiu do largo adjacente ao Cemitério da Santa Ana e culminou com uma marcha até ao largo 1º de Maio, os jovens reivindicaram também por melhorias visíveis no fornecimento de água e energia eléctrica.
Em declarações à ANGOP, o manifestante André da Costa afirmou que o objectivo foi alcançado, tendo saudado a postura e o trabalho da Polícia no asseguramento do acto.
“Hoje tivemos uma manifestação pacífica e com liberdade”, exprimiu o manifestante.
Entretanto, a Polícia Nacional declarou no final da manifestação, em conferência de imprensa, que foram registados actos de vandalização à estátua do primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto.
A corporação condenou o acto, sublinhando que “não respeitou os preceitos da Lei”.
Segundo o porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, inspector-chefe Nestor Goubel, foram violados outros pressupostos previamente acordados com os manifestantes.
Precisou que, no encontro com os promotores da manifestação, ficou acordado que os mesmos permaneceriam concentrados no lago adjacente ao Cemitério de Santa Ana, e só sairiam em marcha por volta das 19h30.
Entretanto, os manifestantes avançaram para o 1o de Maio no final da manha, desrespeitando o acordo prévio e a Lei, de acordo com a autoridade policial.
Quanto ao posicionamento dos efectivos, Nestor Goubel referiu que as forças adoptaram uma postura de contenção, ignorando todas as provocações, uma vez que a situação estava “sob controlo”.
“Foi com esse espírito que os efectivos da Polícia permitiram que os manifestantes evoluíssem até ao Largo da Família. Sentimos que não havia necessidade de impedir”, referiu.
O porta-voz da Polícia Nacional em Luanda fez saber, por outro lado, que os efectivos estão melhor preparados para lidar com as actuais situações de manifestação.
Durante o protesto, não se registaram constrangimentos no trânsito, como ocorreu nos últimos protestos, frustrados pela Polícia.