Ter a carta de condução em mãos continua a ser um desafio para muitos cidadãos, que, mesmo após frequentarem a escola de condução e realizarem os exames, enfrentam longos períodos de espera pelo documento definitivo.
A cena repete-se diariamente: chegar cedo, marcar o lugar e aguardar. “O transtorno é aguentar ainda uma fila destas. Desde as 8 horas que estamos aqui e até agora ainda não chamaram ninguém”, queixou-se um dos utentes.
Perante a demora, muitos acabam por receber apenas um verbete provisório, válido por 30 dias, que precisa de ser renovado regularmente, aumentando o desgaste e os custos dos cidadãos. “O transtorno é grave. Se não ficar pronto, vou ter de vir cá outra vez, aguentar mais uma vez”, lamentou outro utente.
Na tentativa de pôr fim a esta situação, o ministro do Interior, Manuel Homem, deslocou-se esta terça-feira à Direção de Trânsito e Segurança Rodoviária. No local, conversou com os utentes e garantiu que o governo está a trabalhar para melhorar os serviços. “Vamos tentar ser mais céleres. Uma das razões da nossa visita são as reclamações sobre a demora na entrega das cartas de condução e de outros documentos”, afirmou o governante.
Além da carta de condução, o título de registo de propriedade dos veículos é outro dos documentos com atrasos recorrentes, agravados pela alegada falta de materiais e pela transição no sistema de gestão. Segundo o diretor da Direção, a anterior empresa responsável pela plataforma informática ainda não entregou por completo o sistema, dificultando a operacionalidade.
Apesar disso, o responsável garantiu que já foram dadas orientações para resolver o problema. “Vamos trabalhar com os órgãos de supervisão da Polícia Nacional e, em seguida, reunir com a empresa fornecedora do sistema da Direção de Trânsito e Segurança Rodoviária”, assegurou.
Enquanto decorrem os esforços institucionais, os utentes continuam a aguardar por uma solução definitiva que ponha fim à longa espera por um direito básico: a carta de condução.