A nova unidade da Refinaria de Luanda, que vai quadruplicar a produção de gasolina no país, está já executada em 36 por cento, devendo ser concluída em 2022.
O projecto começou a ser executado no segundo semestre de 2019, tendo nesta primeira fase compreendido a execução de obras de engenharia civil, como a construção de bases e pilares sobre os quais deverão assentar as estruturas metálicas, cuja montagem configuram a fase seguinte.
A última etapa da obra, orçada em 235 milhões de dólares, vai compreender a instalação de equipamentos de processamento e monotorização.
Com a sua conclusão, a capacidade de produção de gasolina da refinaria passará de 72 mil toneladas ano para 450 mil, cobrindo 50 por cento do total actualmente importado, pelo que o Estado vai poupar 200 milhões de dólares ano.
A unidade em funcionamento, inaugurada em 1958, produz apenas cinco por cento (300 mil litros/dia) do produto consumido no mercado nacional, devendo ser desactivada para reabilitação com entrada da nova fábrica.
Hoje, a direcção da Refinaria de Luanda convocou a imprensa para visitar o projecto e falar sobre o seu andamento, tendo na ocasião o seu director, Igor Francisco, destacado a sua importância no tecido económico nacional.
Valorizou também o facto incrementar da produção de gás em 30 por cento e ter permitido a criação de 800 postos de trabalho indirectos.
País autossuficiente em JET A1
Graças aos trabalhos de manutenção realizados nas actuais instalações, o país deixou de importar JET A1, combustível utilizado nas aeronaves, permitindo ao Estado poupar 250 milhões de dólares antes aplicados na importação deste produto.
Igor Francisco confirmou também o aumento, desde 2018, da produção de outros derivados em cerca de 37 porcento, fixando a produção actual em 65 mil barris/dia.
Detalhou que o país deixou igualmente de importar os resíduos utilizados para a produção do cimento, tal como o petróleo iluminante.
Quanto a produção do gasóleo, cuja quota fornecida ao mercado é de 25 por cento, o seu incremento para 50 por cento está previsto com a conclusão da refinaria de Cabinda, também em 2022, e potenciação da unidade do Lobito.
Estradas e contrabando prejudicam abastecimento
O mau estrado das estradas que ligam a capital do país e o contrabando está na base dos constrangimentos actuais registados no abastecimento a algumas províncias limítrofes, como as do Zaire, Moxico, bem como Lundas Sul e Norte.
O director de comunicação, marca e responsabilidade social da Sonangol, Dionísio Rocha, lamentou o facto de, apesar de se verificar alguma melhoria em alguns troços, o mau estado das estradas retardar o transporte de combustível, normalmente feito em quatro dias, elevando para oito.
Para amenizar a situação, anunciou o reforço da frota de camiões de transporte, bem como o carregamento ferroviário,
Apontou também o contrabando para países vizinhos como estando na base da escassez, um fenómeno que conta com a colaboração de alguns agentes revendedores, que retêm o produto para ser comercializado de madrugada para este propósito.