Sexta-feira, 11 de Outubro, 2024

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Filho de Afonso Dhlakama anuncia candidatura às presidenciais moçambicanas de 2024

Henriques Afonso Dhlakama, filho mais velho do antigo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição), anunciou hoje a sua candidatura à Presidência da República nas eleições gerais de 2024, dizendo que pretende evitar que o país entre “num precipício”.

Henriques Dhlakama anunciou a sua participação na corrida eleitoral, que se vai realizar dentro de quatro anos, numa declaração na sua página da rede social Facebook.

A Lusa tentou contactar o candidato, mas sem sucesso.

A candidatura foi confirmada à Lusa por uma fonte partidária, apesar de o novo candidato não fazer referências a partidos no seu anúncio.

“Estamos à beira de um precipício e é altura de os moçambicanos reagirem com a ferocidade que se lhes conhece ao longo da sua história”, refere, na declaração.

Henriques Dhlakama considera que Moçambique está mais de 50 anos atrasado em relação a outros países e funciona com instituições corruptas.

Os moçambicanos devem rejeitar a estagnação, o imobilismo e o conformismo e provarem que são capazes de superar as dificuldades, diz.

“Cabe agora às atuais gerações, no seu amor pelo país, com fé e ombro a ombro, com os seus irmãos e irmãs, travar o maior combate na história deste país: o combate pela justiça e igualdade e por um futuro que pode ser esplendoroso”, avança, na declaração.

O primogénito de Afonso Dhlakama assinala que na sua história Moçambique já conheceu tempos de extrema violência, dificuldades e miséria, mas soube resistir.

“Não há maior heroísmo que esse, de ver a fera da guerra e da barbaridade e dos desastres naturais a abater-se sobre nós e, resistindo, voltar à luta e gritar: nunca seremos vencidos. Nunca iremos desistir!”, refere.

Henriques Afonso Dhlakama assume-se como candidato de todos os moçambicanos e considera que o país está farto do atual rumo.

“Tenho a absoluta certeza de que os moçambicanos querem mudar e estão fartos. Fartos de sofrer e ver morrer as suas crianças, de não ter o que comer, de não conseguir ter acesso a uma assistência digna na saúde, de não conseguir ter dinheiro para estudar e não ter emprego e de guerras e conflitos”, diz.

Está na altura, prossegue, de os líderes pensarem no povo e de abdicarem, caso não tenham capacidade de dialogar e agir.

O anúncio da candidatura presidencial de Henriques Dhlakama acontece depois de recentemente o filho do antigo líder do principal partido da oposição ter divulgado a intenção de participar na vida política ativa, “face aos pedidos insistentes por parte de atores políticos e sociais, nacionais e internacionais, bem como diversas fações da Renamo”.

Na mensagem, Dhlakama avança que “a decisão pessoal de participação na vida política ativa surge na sequência das divisões políticas no seio da Renamo”.

O filho mais velho de Afonso Dhlakama refere que é também movido pela “extrema apreensão” em relação à situação política e de segurança no país.

Afonso Dhlakama dirigiu a Renamo durante 39 anos e morreu em 2018.

A Renamo, atualmente dirigida por Ossufo Momade, ainda não se pronunciou sobre o anúncio de Henriques Afonso Dhlakama.

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