O presidente do Sindicato dos Médicos, Adriano Manuel, acusou a Polícia Nacional de ter tido “excesso de zelo” ao prender o médico Sílvio Andrade Dala e tê-lo posto na cela por 5 mil kwanzas quando este se tinha identificado como médico.
O presidente do sindicado da classe médica pediu em declarações à Rádio Nacional de Angola, que a polícia esclareça a morte do médico Sílvio Andrade Dala.
“O que nós estamos a pedir é que eventualmente se esclareça a morte do nosso colega, porque achamos nós haver um excesso de zelo por parte da polícia”, disse.
O responsável sindical também questionou a atuação da polícia sobre as alegações de que não havia meio de transporta para socorrer o médico Sílvio Andrade Dala.
“Primeira pergunta é porque é que não o levaram com o seu transporte, uma vez que o seu transporte estava mesmo na polícia”.
A segundo pergunta é porque que não o levaram para um hospital mais próximo? As informações que a polícia nos passa, são informações contraditórias. Primeiro a polícia diz que levou o nosso colega por volta das 18 ou 19 horas para o hospital, mas os nossos colegas do Prenda afirmam que corpo do nosso colega chegou às 00:00 horas. A polícia diz que o nosso colega teve um ataque e desfaleceu, no entanto, a informação que obtivemos, diz que o nosso colega convulsionou”, questionou Adriano Manuel a contraditoriedade das informações prestadas pela polícia.
“Mas a nossa inquietação reside no seguinte: o nosso colega é médico identificou-se como médico, no seu carro tinha bata, o que é que faz colocar um médico na cela por causa de 5.000 kwanzas? Porque é que não retiveram a viatura e concomitantemente os documentos e ele ia buscar a viatura quando pagasse o dinheiro”, questionou novamente.
“Um colega com 5 filhos, cuida dos seus 5 irmãos, perde a sua vida num curto espaço de tempo”, lamentou Adriano Manuel questionando “porque o excesso de zelo da polícia quando um médico depois de 24 mais 8 horas de trabalho, identificado, é colocado na cela”.
Por sua vez, a Delegação do Ministério do Interior de Luanda descarta qualquer responsabilidade na morte do médico Sílvio Andrade Dala.
Em comunicado divulgado à imprensa, a Delegação do Ministério do Interior em Luanda esclarece que “após ter sido detido por estar a circular na via pública sem máscara, Sílvio Andrade Dala foi levado para a Esquadra dos Catotes, no bairro Rocha Pinto. Durante esse período apresentou sinais de fadiga e começou a desfalecer, tendo uma queda aparatosa que provocou ferimentos ligeiros na região da cabeça. Devido ao seu estado grave, foi socorrido para o Hospital do Prenda e no trajeto acabou por morrer”