Quinta-feira, 28 de Março, 2024

Governo vai manter restrições nas viagens com entradas “por etapas”

A ministra da Saúde afirmou hoje que as viagens para Angola vão ser feitas “por etapas” para “proteger o país” e admitiu que a cerca sanitária de Luanda vai manter-se face ao aumento dos casos de covid-19.

“Não queremos continuar a importar mais doença. Nós estamos na situação em que estamos por importação, porque o foco veio de fora”, afirmou Sílvia Lutucuta, em conferência de imprensa em Luanda, quando questionada sobre a necessidade de testagem imposta aos viajantes, de acordo com o decreto 180/2020 que regula as viagens de e para Luanda, a partir de 30 de junho.

A governante, que não esclareceu se a data prevista para a abertura da fronteira aérea se vai manter, salientou que “tudo o que está no decreto depende da evolução epidemiológica”.

Quanto à testagem “é uma boa medida” para garantir que quem chega de avião “não vem contaminado”, tendo um período adicional de quarentena para salvaguardar qualquer possibilidade de contágio posterior no trajeto.

A ministra revelou que têm sido feitos voos humanitários, transportando de regresso angolanos que se encontravam no Zimbabué e na Zâmbia, “em breve” chegarão da África do Sul, depois da Turquia, sem mencionar Portugal, onde se concentram a maior parte dos cidadãos que querem voltar a Angola.

“Depois veremos como vamos gerir os cidadãos que estão noutros países”, indicou.

“Tem de ser por etapas, temos de ver quais são as nossas condições”, destacou Sílvia Lutucuta, acrescentando que as pessoas têm de ser colocadas em quarentena institucional porque é esta medida “que resolve o problema” da contenção dos casos importados de covid-19.

A responsável da pasta da Saúde explicou que quem regressa tem de “vir por grupos, tudo bem organizado”.

“Começamos pelos grupos mais pequenos, os grupos mais vulneráveis e é assim que estamos a dar o tratamento a nível da comissão multissetorial” para resolver o problema dos cidadãos que se encontravam em situação difícil nesses países, detalhou.

A ministra assinalou que os regressos têm de ser faseados pois não é possível fazer todos os dias “vários voos com 1.000 pessoas”, sendo necessário haver locais para acomodar os viajantes que chegam de países com circulação comunitária do vírus e que terão de fazer quarentena.

“Temos de proteger o nosso país”, reforçou, reiterando que as fronteiras ainda não estão abertas.

A governante frisou que “continua a cerca sanitária de Luanda” e que existe “grande probabilidade” de se manter a cerca, atendendo ao evoluir da situação epidemiológica que “está a inspirar cuidados”.

Angola regista atualmente 186 casos de infeção por covid-19 dos quais 10 resultaram em morte.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase 9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 8.115 mortos confirmados em mais de 306 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções e de mortos (1.664 casos e 32 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.556 casos e 19 mortos), Cabo Verde (944 casos e oito mortos), Moçambique (737 casos e cinco mortos), São Tomé e Príncipe (702 casos e 12 mortos) e Angola (186 infetados e 10 mortos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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