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Empresas luso-angolanas prometem alargar investimentos e elogiam ambiente de negócios

Apesar das importações de matéria-prima, as empresas luso-angolanas consideram que o ambiente de negócios em Angola “está a crescer satisfatoriamente” e querem ampliar o seus negócios, disseram à Lusa empresários presentes na Expo-Indústria 2023.

As empresas luso-angolanas Cipritex — Confeções & Design e Quinta de Jugais Angola participam, desde hoje, na Expo-Indústria — 5º Salão da Indústria Angolana — que foi inaugurado pelo Presidente angolano, João Lourenço.

As empresas estão entre as cerca de 230 que compõem a exposição industrial angolana, que decorre até sábado na Zona Económica Especial (ZEE) — Luanda-Bengo, e esperam concretizar boas parcerias e negócios no certame.

Há 16 anos no mercado angolano, a Cipritex, empresa produtora e distribuidora de fardamentos, conta com 100 unidades fabris a nível nacional e considera que o mercado têxtil angolano está a “crescer significativamente”.

Com uma produção anual que varia entre os quatro e cinco milhões de peças, o presidente do conselho de administração da unidade fabril, Félix Cipriano Barco, disse à Lusa que a empresa regista um crescimento no seu volume anual de faturação.

Uma faturação que varia entre os 2 milhões de dólares (1,8 milhões de euros) e 4 milhões de dólares (3,6 milhões de euros), dependendo do ano de trabalho, sobretudo no pós-pandemia, anima a empresa a ampliar o negócio no país, onde o ambiente de negócios “cresce significativamente”.

“O ambiente de negócios está a crescer significativamente, nós contamos hoje em dia com muito mais empresas a procurarem os serviços em Angola, contamos igualmente com empresas a instalarem-se no pós-covid no mercado angolano porque a economia está a crescer”, disse Félix Cipriano Barco.

Segundo o empresário português, Angola está a seguir um “rumo de estabilidade económica e industrial”, o que está a permitir ao setor de fornecimento de fardamento um “crescimento e desafios”.

Falando junto ao ‘stand’, onde estão expostos diversos tipos de fardamentos, desde os ligados ao setor da limpeza ao petrolífero, Cipriano Branco disse que a Cipritex prevê investir 3 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) nos próximos três anos para alargar o negócio.

“Temos uma projeção de investimento este ano a rondar os 3 milhões de dólares para os próximos três anos com o objetivo de ampliação da nossa unidade fabril e aumento dos postos de trabalho”, assegurou.

“Lamentavelmente a matéria-prima não é toda nacional, mas já contamos com 60% da nossa matéria-prima (produzida em Angola), com 99% de colaboradores angolanos e 220 postos de trabalho”, acrescentou, saudando a realização da Expo-Indústria 2023.

Charcutaria diversa à base de suíno, desde chouriços, mortadelas e fiambre fazem parte da vasta gama de produtos que a Quinta de Jugais Angola expõe na feira industrial, onde pretende fazer bons negócios e alargar parcerias.

“Mais uma vez estamos cá, como temos participado em outras edições. A expectativa é grande, pretendemos fazer aqui melhores negócios, conseguir parceiros que nos possam alavancar a nossa produção”, disse à Lusa Fábio Garcia, responsável comercial da empresa.

A produzir para o mercado angolano desde 2021, Fábio Garcia salientou que o negócio é rentável, apesar de importar a partir de Portugal e Espanha parte da matéria-prima para a sua produção, sobretudo mensal, com faturação entre os 600 milhões de kwanzas (1 milhão de euros) e 800 milhões de kwanzas (1,4 milhões de euros).

A Quinta de Jugais Angola produz 450 toneladas/mês de produtos, que pretende aumentar para 600 toneladas, para abastecer o mercado nacional e também o moçambicano e congolês, onde já fez estudos de mercado.

O ministro da Indústria e Comércio de Angola, Victor Fernandes, disse, na inauguração do certame que o setor da indústria cresceu 6% em 2022 e que a exposição que se iniciou na ZEE constitui uma amostra do tecido empresarial industrial do país neste momento.

“E é também, seguramente, a primeira amostra depois do período da pandemia e, então, são duas mensagens que podemos tirar, a primeira é de que os nossos empresários são resilientes, a segunda de que o país está de facto a diversificar a sua economia”, salientou.

Segundo o governante angolano, o país “está a avançar para níveis de produção importantes e a prosseguir o sonho da autossuficiência alimentar”, referindo que há ações em curso para melhor valorização e transformação da matéria-prima no país e potenciar o setor.

O Presidente angolano, João Lourenço, que inaugurou a exposição industrial visitou igualmente grande parte das exposições, recebendo explicações de representantes de cada ‘stand’.

A indústria têxtil, de equipamentos agrícolas, de transformação e comercialização de alimentos, estética e beleza, embalagens, construção, mobiliária e outras estão representadas na 5.ª edição da Expo-Indústria Angola 2023.

Lusa

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