O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou hoje uma declaração proposta pela China que reconhece a necessidade de reforço da capacitação dos países africanos, enfatizando a importância de respeitar a liderança desses Estados.
O projeto descreve várias áreas prioritárias para o apoio de capacitação aos Estados-membros africanos, inclusive no combate ao terrorismo, aos efeitos das mudanças climáticas, à pirataria e assalto à mão armada no mar e combate à insegurança alimentar.
O texto contém ainda disposições sobre missões de paz da ONU e sanções do Conselho de Segurança.
A “declaração presidencial” foi proposta pela China – país que presidiu este mês ao Conselho de Segurança – em conexão com o debate aberto sobre “Paz e segurança na África: Capacitação para sustentar a paz” realizado em 08 de agosto na ONU.
“Os membros do Conselho de Segurança adotaram por consenso esta declaração presidencial, o que é de grande significado para promover o futuro apoio à capacitação e conquista de paz duradoura no continente”, disse o embaixador chinês junto da ONU, Zhang Jun.
Na sua declaração após a votação, o diplomata agradeceu ao Gabão, Gana e ao Quénia pela participação ativa e pelo forte apoio durante o processo de consultas, “especialmente pelos seus valiosos ‘inputs’ na perspetiva de países africanos, o que tornou esta declaração mais responsiva às necessidades de África”.
Zhang Jun apelou ainda a que o Conselho de Segurança veja esta declaração como uma “oportunidade para continuar o seu suporte à paz e segurança em África e para que mantenha consultas com países africanos, enquanto trabalham em conjunto para alcançar os objetivos fixados na declaração e fazer assim grandes contribuições para a paz, estabilidade, segurança e desenvolvimento em África”.
Apesar do sucesso na adoção da declaração, a delegação chinesa reconheceu que as negociações para o texto final foram longas e difíceis, o que levou o mesmo a ser revisto sete vezes.
Durante as suas presidências do Conselho de Segurança nos últimos dois anos, a China desenvolveu projetos relacionados com África, tendo o Conselho adotado as suas declarações sobre a luta contra o terrorismo e o extremismo em África e sobre a recuperação pós-pandemia no continente africano.
Lusa