O Presidente malgaxe, Andry Rajoelina, rejeitou as críticas à eficácia e os perigos do produto que apresenta como cura para o novo coronavírus, denunciando uma atitude condescendente em relação à medicina africana.
“Penso que o problema é que este produto vem de África e não querem aceitar que um país como Madagáscar tenha criado esta fórmula para salvar o mundo”, lamentou o chefe de Estado.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu na quinta-feira os dirigentes africanos contra a tentação de promover e utilizar o chá malgaxe sem testes científicos, mas o seu principal promotor, Andry Rajoelina, reafirmou hoje a sua eficácia.
“A prova que podemos mostrar agora é obviamente a cura dos nossos doentes”, defendeu o chefe de Estado, sublinhando: “Não há mortes em Madagáscar neste momento” devido à covid-19.
Até à data, foram notificados 183 casos de infeção pelo novo coronavírus na Ilha Grande, incluindo 105 curas e nenhuma morte.
“Nada nos impedirá de avançar, nem um país nem uma organização”, insistiu Andry Rajoelina, em resposta aos avisos da OMS.
Questionado sobre a ausência de ensaios clínicos que confirmassem as virtudes do seu chá de ervas, Rajoelina recordou que este tinha “o estatuto de um remédio tradicional melhorado” e que, portanto, apenas exigia, antes de ser distribuído, uma “observação clínica de acordo com as indicações do guia desenvolvido pela OMS”.
“Respeitámos normas éticas universalmente reconhecidas para estudos clínicos e investigação”, disse o Presidente malgaxe, na sua residência.
“Esta é uma guerra (contra a covid-19), mas não é a força militar ou o poder económico que está em jogo agora, mas Deus”, reforçou Rajoelina.
“O Senhor deu-nos plantas medicinais para ajudar o nosso país e o mundo inteiro a combater esta doença” concluiu.