Quinta-feira, 26 de Junho, 2025

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China recebe ministros da Defesa de países aliados e critica hegemonia ocidental em cúpula da Organização de Cooperação de Xangai

A China acolheu nesta quinta-feira (26), na cidade portuária de Qingdao, uma cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), reunindo ministros da Defesa do Irão, Rússia, Paquistão, Belarus e outros países aliados, num momento marcado por “mudanças cruciais” no cenário internacional, segundo o governo chinês.

O ministro da Defesa da China, Dong Jun, inaugurou o encontro descrevendo-o como um fator de equilíbrio num mundo mergulhado em “caos e instabilidade”, fazendo duras críticas ao unilateralismo, protecionismo e aos “atos hegemónicos e intimidatórios” de potências que, segundo ele, colocam em risco a ordem internacional.

“Os países participantes devem adotar ações mais robustas para proteger o ambiente necessário ao desenvolvimento pacífico”, afirmou Dong, citado pela agência estatal Xinhua.

O evento ocorre em meio a uma trégua frágil no recente conflito entre Irão e Israel, que durou 12 dias, e um dia após a cúpula da OTAN ter decidido aumentar os gastos militares em resposta às pressões do presidente norte-americano Donald Trump. Pequim considera a OCX — que conta com membros como China, Rússia, Irão, Índia e Paquistão — como um contrapeso estratégico aos blocos ocidentais, em particular à NATO e à aliança entre EUA, Europa e seus aliados no Indo-Pacífico.

Durante a cimeira, Dong Jun manteve um encontro bilateral com o novo ministro da Defesa russo, Andrei Beloussov, que exaltou a “amizade de nível sem precedentes” entre Moscovo e Pequim. “As nossas relações mantêm uma tendência ascendente de desenvolvimento em todas as direções”, disse Beloussov, reforçando os laços militares e estratégicos entre os dois países.

Embora a China se declare neutra no conflito na Ucrânia, os países ocidentais têm acusado o governo chinês de oferecer apoio económico e diplomático crucial à Rússia, ajudando-a a mitigar os efeitos das sanções internacionais. Pequim tem evitado criticar diretamente a invasão russa, mantendo relações estreitas com o Kremlin e promovendo uma narrativa de multipolaridade contra a ordem global liderada pelo Ocidente.

A reunião em Qingdao reforça a intenção da China de se posicionar como líder de uma nova ordem internacional multipolar, ao mesmo tempo que aprofunda alianças com países que enfrentam sanções ou tensões com os Estados Unidos e a Europa.

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