Quinta-feira, 26 de Junho, 2025

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Irão admite danos graves nas suas instalações nucleares após bombardeamentos dos EUA e Israel

O Governo do Irão reconheceu oficialmente, esta semana, que várias das suas instalações nucleares sofreram danos graves na sequência dos recentes bombardeamentos levados a cabo por Israel e, segundo fontes diplomáticas, com apoio logístico dos Estados Unidos. Esta admissão representa um marco nas tensões crescentes no Médio Oriente e levanta preocupações quanto à estabilidade e à segurança nuclear na região.

Ataques coordenados

Os ataques, que tiveram lugar a 13 de junho de 2025, integraram uma vasta operação militar israelita apelidada de “Operation Rising Lion”, que visou mais de 100 infraestruturas estratégicas iranianas. Entre os alvos atingidos estiveram instalações nucleares em Natanz, Esfahan, Arak e possivelmente Fordow, todas partes críticas do programa nuclear iraniano.

Fontes de segurança confirmaram que:

  • Em Natanz, o centro de enriquecimento de urânio sofreu destruição quase total das infraestruturas acima do solo e perturbações significativas nos sistemas subterrâneos, devido à perda de energia.
  • Em Esfahan, as áreas de produção de urânio metálico e conversão química foram seriamente danificadas.
  • O reator de água pesada de Arak terá sido alvo de bombardeamentos diretos, afetando torres de destilação e outras estruturas sensíveis.
  • Já em Fordow, uma instalação subterrânea altamente fortificada, os danos aparentam ser superficiais, segundo imagens de satélite.

Teerão confirma danos, mas rejeita acidentes nucleares

Em comunicado oficial, o porta-voz da Organização de Energia Atómica do Irão declarou que, embora “vários centros tenham sido gravemente atingidos”, não se registaram acidentes radiológicos nem fugas de material nuclear. As autoridades iranianas destacaram também que os ataques não comprometeram totalmente a capacidade do país de retomar o enriquecimento de urânio a médio prazo, graças ao conhecimento técnico acumulado.

Impacto geopolítico e risco de escalada

O ataque representa a maior ofensiva militar israelita em território iraniano até à data, tendo como principal objetivo enfraquecer o programa nuclear do Irão, que já vinha enriquecendo urânio até níveis próximos dos necessários para armamento. Israel defende que os bombardeamentos foram uma medida preventiva, numa altura em que a diplomacia internacional parecia estagnada.

O Irão, por sua vez, classificou a ofensiva como um “ato de guerra” e já lançou mísseis e drones em retaliação, que foram intercetados maioritariamente pelas defesas aéreas israelitas. As potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos, apelam agora à contenção, mas continuam a apoiar a narrativa israelita de neutralização da “ameaça nuclear”.

O que está em risco

A ofensiva e os seus impactos colocam em causa:

  • A estabilidade do Médio Oriente, numa altura em que várias frentes de conflito estão ativas;
  • O papel da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que vinha tentando relançar inspeções e negociações com Teerão;
  • A segurança das infraestruturas nucleares civis, num momento em que o uso militar de tecnologia nuclear volta ao centro do debate geopolítico.

Especialistas alertam que, mesmo com as instalações parcialmente comprometidas, o Irão mantém capacidade de reconstrução, sobretudo se optar por acelerar o seu programa em resposta ao ataque.

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