Profissionais e especialistas do setor de seguros em Angola reuniram-se na sexta-feira para discutir o papel das seguradoras na diversificação económica do país. Tradicionalmente, o setor de seguros cresce à medida que a economia se diversifica, captando mais clientes conforme surgem novas atividades económicas. No entanto, o foco desta vez foi o contrário: como as seguradoras podem atuar como impulsionadoras da diversificação económica angolana.
A baixa penetração dos seguros em Angola, especialmente fora de Luanda, foi um dos principais pontos abordados. Firmino Macuaca, Gestor de Resseguros da Nossa Seguros, destacou que a limitação da presença do setor nas províncias representa um desafio, mas também uma oportunidade. Segundo Macuaca, a falta de conhecimento sobre o funcionamento dos seguros e certa desconfiança em relação a esse serviço são alguns dos fatores que impactam negativamente na adesão popular. Em resposta, a Nossa Seguros tem investido em campanhas educativas que visam conscientizar os angolanos sobre os benefícios dos seguros, ampliando a compreensão sobre sua importância e incentivando a proteção econômica das famílias e empresas.
Uma das estratégias discutidas para aumentar a adesão foi o uso de plataformas digitais, que permitem que os seguros estejam “na palma da mão” dos cidadãos, tornando o acesso mais simples e direto. Além disso, soluções de seguro voltadas ao setor agrícola estão em fase de pesquisa e desenvolvimento, visando a apoiar pequenos e médios agricultores que enfrentam perdas de produção, contribuindo, assim, para a estabilidade e crescimento do setor agrícola, fundamental para a diversificação econômica.
Apesar dos desafios, as seguradoras veem uma mudança positiva na percepção pública, com uma crescente adesão aos seguros nos últimos anos. “Temos observado um crescimento da nossa base de clientes, o que mostra que há uma mudança de mentalidade em relação aos seguros. Hoje, há uma maior compreensão da sua importância,” afirmou Macuaca. O evento contou ainda com a presença de outros líderes do setor, que reforçaram a necessidade de levar serviços de seguro para outras regiões do país e diversificar as opções de proteção.
Com as novas estratégias, espera-se que o setor de seguros contribua diretamente para o fortalecimento de áreas estratégicas da economia, como a agricultura, o turismo e a indústria, que são pilares do projeto de diversificação económica angolano. Para Macuaca e outros participantes, a baixa penetração do setor representa um espaço significativo para crescimento, que, se bem explorado, pode trazer maior segurança e estabilidade económica para as empresas e famílias angolanas.