A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciou este domingo, 7 de setembro de 2025, que oito dos seus membros irão aumentar a produção conjunta em 137 mil barris diários a partir de outubro.
A decisão envolve a Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Omã e Argélia, que já tinham aumentado a produção em 2,2 milhões de barris diários nos últimos meses. O grupo afirma que poderá restabelecer até 1,65 milhão de barris adicionais de forma gradual, dependendo da evolução do mercado.
A medida surpreendeu os analistas, que esperavam manutenção das cotas para evitar uma queda nos preços do crude, tendo em conta que a procura tende a recuar no quarto trimestre.
Segundo Jorge León, analista da Rystad Energy, “o aumento efetivo será menor”, devido aos limites de produção e ao mecanismo de compensação da Opep+, que obriga alguns países a ajustarem os excessos de produção anteriores.
O Brent, referência global, fechou a última sexta-feira ligeiramente acima dos 65 dólares o barril. No entanto, a nova decisão da Opep+ poderá pressionar os preços para valores abaixo dos 60 dólares, num contexto marcado pela guerra na Ucrânia e pelas tensões entre Washington e Moscovo.
A Rússia, que depende de receitas elevadas do petróleo para financiar a sua máquina de guerra, enfrenta dificuldades adicionais devido às sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Recentemente, Washington aplicou tarifas a produtos indianos como retaliação às importações de crude russo, enquanto Donald Trump reiterou a aliados europeus a necessidade de pôr fim às compras de petróleo de Moscovo.

