Quarta-feira, 9 de Julho, 2025

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João Lourenço elogia vontade dos BRICS em financiar o desenvolvimento de África

O Presidente da República de Angola e presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, elogiou este domingo, 7 de julho, durante a XVII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos BRICS, no Rio de Janeiro, a abertura do bloco para discutir o financiamento do desenvolvimento de África e das suas infraestruturas.

João Lourenço elogia vontade dos BRICS em financiar o desenvolvimento de África

“Não posso deixar de dizer que as nações do Sul Global têm clamado ao longo de décadas pela sua inclusão na discussão e nas decisões que são tomadas a respeito da criação de fatores de desenvolvimento justos, equilibrados e capazes de atender as suas preocupações fundamentais, sem que tenham conseguido ser ouvidas plenamente”, declarou o chefe de Estado angolano, perante representantes de cerca de 30 países e de uma dezena de organizações internacionais.

João Lourenço afirmou que, atualmente, África vê uma “possibilidade real” de ser ouvida no seio dos BRICS e das suas instituições, nomeadamente no que toca ao financiamento para o desenvolvimento e à construção de infraestruturas, elementos essenciais para enfrentar os desafios que o continente atravessa.

O líder angolano sublinhou ainda que o bloco pode ajudar a “transpor os obstáculos que condicionam a realização de projetos essenciais” em setores estratégicos como agricultura, saúde, educação, ciência e tecnologia, energia, transportes e telecomunicações.

A cimeira dos BRICS, que decorre até segunda-feira, decorre sob a presidência do Brasil, que acolheu os líderes num encontro marcado pela ausência dos presidentes da Rússia e da China. Vladimir Putin participa por videoconferência, devido ao mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional, e é representado presencialmente pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov. Xi Jinping, por sua vez, foi substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang, numa ausência que surpreendeu analistas e observadores internacionais.

O encontro foca-se em quatro eixos principais: a reforma das organizações da ordem internacional, a promoção do multilateralismo, a luta contra a fome e a pobreza, e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco BRICS alargou-se em 2023 com a entrada de seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia. Também integram o grupo, como membros associados, países como Cuba, Nigéria, Uganda, Vietname, Bielorrússia, Bolívia, Malásia, Tailândia, Uzbequistão e Cazaquistão.

Com mais de 40% da população mundial e mais de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) global, os BRICS ganham crescente relevância geopolítica e económica, posicionando-se como voz do Sul Global na construção de uma ordem internacional mais equitativa.

Lusa

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