Sexta-feira, 18 de Julho, 2025

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Trump prorroga prazo para venda do TikTok a comprador não chinês por mais 90 dias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu prorrogar por mais 90 dias o prazo para que a aplicação TikTok encontre um comprador não chinês, evitando assim, para já, a sua proibição no país. A decisão foi confirmada esta terça-feira, 17 de Junho, pela Casa Branca.

Trump prorroga prazo para venda do TikTok a comprador não chinês por mais 90 dias

O prazo anterior já havia sido adiado por duas vezes, por 75 dias cada, após a aprovação pelo Congresso, em 2024, de uma lei que obriga a empresa controladora da rede social, a chinesa ByteDance, a ceder o controlo da operação nos Estados Unidos. O objectivo da legislação é impedir que as autoridades chinesas tenham acesso aos dados pessoais dos utilizadores americanos ou possam manipular a opinião pública através do algoritmo da plataforma — embora nunca tenham sido apresentadas provas concretas que sustentem essas suspeitas.

Com esta nova extensão, o prazo para a conclusão de um acordo vai até meados de Setembro. O processo depende também da autorização da ByteDance e do governo chinês, que até ao momento não deram sinal positivo.

“O presidente Trump assinará uma nova ordem executiva esta semana para manter o TikTok em funcionamento. Como tem dito repetidamente, ele não quer que o TikTok desapareça”, anunciou Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca. A responsável acrescentou que o governo irá “garantir que o acordo seja finalizado, de modo a que os americanos possam continuar a usar o TikTok com a segurança de que os seus dados estão protegidos”.

Segundo informações divulgadas por meios de comunicação norte-americanos, o esboço do acordo prevê que a operação do TikTok nos Estados Unidos seja separada da ByteDance, com uma reestruturação do capital: a participação de investidores não chineses subiria dos actuais 60% para 80%, ficando a ByteDance com os 20% restantes.

A empresa de tecnologia Oracle, que já aloja os dados do TikTok US em servidores localizados em território americano, assumiria a liderança da operação, em conjunto com a gestora de activos Blackstone ou o empresário Michael Dell. No entanto, a imposição de tarifas comerciais por parte de Donald Trump à China acabou por travar o avanço das negociações, do lado chinês.

“Provavelmente vamos precisar da aprovação da China até meados de Setembro”, admitiu Trump, acrescentando acreditar que o presidente Xi Jinping “acabará por dar a sua autorização”.

Analistas sublinham o papel ambíguo de Trump em relação à aplicação: apesar de ter defendido o seu bloqueio em fases anteriores, o presidente norte-americano reconheceu que o TikTok contribuiu para aproximá-lo do eleitorado jovem nas presidenciais de 2024.

Para a professora Shweta Singh, da Warwick Business School, “o TikTok tornou-se um símbolo da rivalidade tecnológica entre os Estados Unidos e a China, um ponto sensível nesta nova Guerra Fria pelo domínio digital”. Contudo, o futuro do valioso algoritmo da aplicação permanece incerto: “O TikTok sem o seu algoritmo é como o Harry Potter sem a sua varinha mágica — simplesmente não é tão poderoso”, comentou a analista Kelsey Chickering, da Forrester.

Enquanto decorrem as negociações, a plataforma mantém a aposta em novas ferramentas. Esta segunda-feira, lançou o “Symphony”, uma funcionalidade de inteligência artificial generativa que permite aos anunciantes transformar textos e imagens em vídeos promocionais na rede social.

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