Cuba está a gerar cerca de um terço da procura média diária de eletricidade da última semana ao terceiro dia após o colapso total do sistema elétrico do país na passada sexta-feira, segundo dados oficiais divulgados hoje.

De acordo com o diretor-geral de eletricidade do Ministério de Energia e Minas (Minem), Lázaro Guerra, citado pela imprensa oficial cubana, o país está a gerar 935 megawatts (MW), menos de um terço dos 3.171 MW de consumo médio diário na semana anterior ao apagão nacional de sexta-feira.
Guerra garantiu que até à manhã de hoje a elétrica estatal União Elétrica (UNE) conseguiu conexão à rede desde Havana até à ponta mais oriental da ilha, Guantánamo, o que não significa que se gere energia em toda esta linha.
No caso da província da capital 81% dos consumidores continuam sem fornecimento elétrico.
Nos últimos três apagões nacionais, registados em outubro, novembro e dezembro de 2024, a UNE começou por reativar microssistemas, alimentados por grandes geradores de fuelóleo e diesel, para depois interligá-los e levar eletricidade às grandes centrais e poder ligá-las e sincronizá-las com o Sistema Eletroenergético Nacional (SEN).
Até ao momento, de acordo com o Minem e a UNE, conseguiu-se restabelecer a corrente em zonas muito pontuais e quase todas as províncias do país, principalmente junto do que as autoridades classificam como “centros vitais”, como os hospitais.
O complexo processo de avanço incerto — e por vezes com retrocessos — prolongou-se por vários dias nos três apagões anteriores.
A desconexão do SEM aconteceu pelas 20:15, hora local (00:15 em Lisboa) de sexta-feira (madrugada de sábado, em Lisboa), e tem por base uma avaria da subestação de Diezmero, nos arredores de Havana.
https://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?gdpr=0&us_privacy=1—&gpp_sid=-1&client=ca-pub-2722194025760122&output=html&h=600&slotname=3205273524&adk=2765600602&adf=3978354369&pi=t.ma~as.3205273524&w=300&abgtt=6&fwrn=4&fwrnh=100&lmt=1742210730&rafmt=1&format=300×600&url=https%3A%2F%2F24.sapo.pt%2Fnoticias%2Fapos-tres-dias-de-apagao-cuba-gera-apenas-um-_67d7048461dee673ac29cb99&fwr=0&fwrattr=true&rpe=1&resp_fmts=4&wgl=1&uach=WyJXaW5kb3dzIiwiMTAuMC4wIiwieDg2IiwiIiwiMTM0LjAuNjk5OC44OSIsbnVsbCwwLG51bGwsIjY0IixbWyJDaHJvbWl1bSIsIjEzNC4wLjY5OTguODkiXSxbIk5vdDpBLUJyYW5kIiwiMjQuMC4wLjAiXSxbIkdvb2dsZSBDaHJvbWUiLCIxMzQuMC42OTk4Ljg5Il1dLDBd&dt=1742210730378&bpp=7&bdt=M&idt=7&shv=r20250305&mjsv=m202503110101&ptt=9&saldr=aa&abxe=1&cookie=ID%3D44fc58ef226ed3d0%3AT%3D1736933516%3ART%3D1742210715%3AS%3DALNI_MbzBCUzANeu1AH-YFtQTkDoDGS6Ww&gpic=UID%3D00000fd053050a96%3AT%3D1736933516%3ART%3D1742210715%3AS%3DALNI_MaI5XRyFG-gCJYu60IKZ92G9pCV5w&eo_id_str=ID%3Dd811604b140da82a%3AT%3D1736933516%3ART%3D1742210715%3AS%3DAA-Afja4MlkxlFF_G0pk7OdRwrWq&prev_fmts=0x0%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600%2C300x600&nras=1&correlator=1690167598873&frm=20&pv=1&u_tz=60&u_his=9&u_h=768&u_w=1366&u_ah=728&u_aw=1366&u_cd=24&u_sd=1&dmc=4&adx=506&ady=1965&biw=1349&bih=607&scr_x=0&scr_y=2414&eid=31091053%2C95354315%2C95354336%2C95354597%2C31088249&oid=2&pvsid=829276694064676&tmod=1442770368&uas=1&nvt=1&fc=1920&brdim=0%2C0%2C0%2C0%2C1366%2C0%2C1366%2C728%2C1366%2C607&vis=1&rsz=%7C%7CoeE%7C&abl=CS&pfx=0&fu=128&bc=31&bz=1&td=1&tdf=2&psd=W251bGwsbnVsbCxudWxsLDNd&nt=1&ifi=67&uci=a!1v&fsb=1&dtd=23
Isto provocou a falha em cadeia de várias unidades de produção elétrica com uma “perda importante de geração [de eletricidade] no ocidente de Cuba” e, posteriormente, o “colapso total” do sistema, segundo explicou o Minem.
Os frequentes apagões prejudicam a economia cubana, que se contraiu em 1,9% em 2023 e não cresceu em 2024, segundo estimativas do próprio Governo.
Tendo por base estes números, o PIB da ilha das Caraíbas continua abaixo dos níveis de 2019 e não os deve superar em 2025, com o executivo a estimar um crescimento de apenas 1% este ano.
A complexa situação energética que aquele país das Caraíbas sofre há anos agravou-se nos últimos meses.
A crise deve-se sobretudo às repetidas avarias em centrais termoelétricas obsoletas, em funcionamento há décadas e com uma carência crónica de investimentos, e à falta de combustível devido à falta de divisas do Estado cubano para o importar.
Segundo várias estimativas independentes, o Governo cubano necessitaria entre oito mil milhões e dez mil milhões de dólares (entre 7,6 mil milhões e 9,5 mil milhões de euros) para reativar o sistema elétrico do país, um investimento fora do seu alcance, além de que qualquer solução só seria possível a longo prazo.
Cuba vive uma profunda crise económica com escassez de produtos básicos (alimentos, medicamentos, combustíveis), cortes prolongados de energia e inflação. Hoje, 80% do que é consumido é importado.
Em resultado, o país de 9,7 milhões de habitantes tem registado grandes fluxos de emigração. Em 2023, estima-se que pelo menos 300 mil cubanos saíram do país.
As autoridades iniciaram um programa para instalar parques fotovoltaicos e prometeram que 55 parques de fabrico chinês estarão prontos este ano, produzindo 1.200 megawatts, ou 12% do consumo total.
Os apagões provocaram manifestações antigovernamentais em 2021, 2022 e 2024.