Terça-feira, 3 de Junho, 2025

O seu direito à informação, sem compromissos

Pesquisar

Ataque de Israel ao Irão iminente: Tel Aviv exclui EUA dos planos

Luanda, 11 de outubro de 2024 – As tensões no Médio Oriente escalaram dramaticamente, com Israel a preparar um ataque iminente contra o Irão, após o recente disparo de mísseis iranianos. O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou que a resposta de Israel será “letal, precisa e surpreendente”, intensificando a apreensão de um conflito de larga escala na região.

O Irão lançou cerca de 200 mísseis contra Israel no início de outubro, numa retaliação após o assassinato de altos responsáveis do Hamas, Hezbollah e da Guarda Revolucionária Iraniana, em ataques israelitas realizados nos arredores de Beirute. Este confronto desencadeou uma troca de ameaças e preparativos militares por ambas as partes, levando a comunidade internacional a temer um conflito direto entre os dois países.

Em declarações aos media, Gallant reiterou a firmeza de Israel, assegurando que “quem nos atacar será atingido e pagará um preço”. Segundo o ministro, Israel já terá definido o plano de ataque, o qual será conduzido de forma independente, sem a colaboração direta dos Estados Unidos.

Esta abordagem unilateral de Israel parece ter gerado fricções com Washington. Embora Israel dependa do apoio militar e estratégico dos EUA, o governo de Netanyahu optou por não partilhar detalhes específicos do seu plano de retaliação. A administração de Joe Biden teria solicitado a Israel que evitasse atingir infraestruturas energéticas e nucleares no Irão, receando que tal ataque pudesse desencadear uma resposta ainda mais destrutiva.

Numa chamada telefónica entre Biden e Netanyahu, ambos os líderes discutiram a escalada da situação, mas não houve indicações claras de um consenso. O governo americano teme que uma retaliação israelita possa colocar em risco cidadãos americanos no Líbano, onde forças do Hezbollah têm intensificado os ataques contra Israel.

Com a possibilidade de um ataque a qualquer momento, Israel convocou uma reunião de emergência do seu gabinete de segurança para finalizar os detalhes da operação. Segundo fontes próximas do governo israelita, o ataque será realizado com a máxima discrição, visando infraestruturas militares críticas iranianas, o que poderá envolver bombardeamentos a alvos estratégicos, com o objetivo de enfraquecer a capacidade de retaliação do Irão.

Enquanto isso, o Irão já alertou para uma resposta imediata e devastadora caso as suas instalações sejam atingidas, o que poderia envolver o lançamento de mísseis contra alvos em Israel e até nas bases americanas na região.

A crescente tensão já teve repercussões regionais, com o Hezbollah, no Líbano, a intensificar ataques no sul do país, e o Hamas a prometer retaliar caso Israel avance com o ataque ao Irão. Nos últimos dias, o exército israelita bombardeou várias posições no sul do Líbano, incluindo instalações usadas pelas forças da ONU, resultando em dois soldados de paz feridos.

O cenário de conflito direto entre Israel e o Irão está a gerar preocupação global, com países da União Europeia e das Nações Unidas a apelar ao diálogo para evitar uma guerra total na região. No entanto, as tentativas diplomáticas até agora não tiveram sucesso.

Com as tensões no ponto mais alto em anos, o Médio Oriente enfrenta uma das crises mais graves da última década. O potencial ataque de Israel ao Irão pode não só desestabilizar a região, como também ter repercussões globais, afetando o preço do petróleo e a segurança mundial. Para já, resta esperar pela decisão final de Israel, num momento em que o mundo observa com apreensão os próximos desenvolvimentos.

×
×

Cart