O Tribunal Constitucional (TC) de Angola (TC) negou o pedido de impugnação do V congresso da FNLA que elegeu Nimi Ya Simbi presidente, já formalmente reconhecido por aquela instância judicial.
O pedido de anulação do congresso, realizado em Setembro de 2021, tinha sido subscrito pelo antigo secretário-geral da FNLA , Pedro Macombi Dala, sob alegação de terem existido durante o conclave “controvérsias e divisões”.
O TC considera que tais alegações “não comportam elementos probatórios suficientes para determinar a nulidade do V congresso da FNLA”.
“Não vamos atirar a toalha ao tapete”, garantiu, entretanto, à VOA, o antigo membro da direcção deste partido e um dos apoiantes do pedido de anulação do congresso em causa.
Miguel Pinto diz que “não vamos atirar a toalha ao tapete” e considera ter existido na decisão judicial o que chamou de “incongruências” .
“O que acabamos de ler aí não nos agradou e há coisas que não são consistentes e temos que perguntar ao TC o que é que se passou”, conclui.
Para o analista Vicente Pongolola “seria importante que no seio FNLA existisse uma cultura de diálogo aberto transparente e honesto que permita esbater todas as diferenças e acomodar vontades”.
Pongolola considera que uma decisão judicial é sempre “unilateral e a parte que vê a sua pretensão não aceite pelo tribunal de alguma forma não vai se sentir bem . Quem está numa posição de vantagem tem que ter a capacidade de chamar a outra pessoa ao diálogo”.
O chamado “partido histórico” vive nos últimos 20 anos uma crise interna permanente resultado de divergências e disputas internas pela liderança desde o falecimento, em 2007, do seu líder fundador, Holden Roberto.
Em 2021, a FNLA realizou dois congressos e elegeu dois presidentes em menos de dois meses o que, segundo analistas, revela a dimensão das divergências entre os seus membros.
VOA