Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Mais de um quarto da população africana enfrenta uma crise de segurança alimentar

Mais de um quarto da população de África enfrenta atualmente uma crise de segurança alimentar, com milhões de famílias a saltar refeições, alertou hoje a Cruz Vermelha internacional, que teme um agravamento da situação nos próximos meses.

“É um desastre que tem passado largamente despercebido. Milhões de famílias estão a ficar com fome e as crianças estão a morrer de malnutrição”, disse o responsável pelas operações globais do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Dominik Stillhart, citado num comunicado hoje divulgado.

Perante a crise alimentar, que segundo a CICV afeta 346 milhões de pessoas e se alastra a todo o continente — da Mauritânia e do Burkina Faso, no oeste, à Somália e Etiópia no leste — a organização vai aumentar as suas operações em 10 países para, em cooperação com outras componentes do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, apoiar mais 2,8 milhões de pessoas.

“Estamos a aumentar as nossas operações em países como a Somália, o Quénia, a Nigéria, o Burkina Faso e muitos outros para tentar ajudar tantas pessoas quantas pudermos, mas o número de pessoas que passam sem alimentos e sem água é assombroso”, avisou Stillhart.

Conflitos, choques climáticos como as secas na África Oriental e a baixa pluviosidade continuada na África Ocidental, um aumento dramático dos deslocados e o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis contribuíram para as necessidades esmagadoras na região, explica-se no comunicado.

A complicar a situação, muitos dos países afetados ainda estão a lidar com os efeitos económicos adversos da pandemia de covid-19.

O acesso limitado às populações, devido à insegurança no terreno, bem como o conflito na Ucrânia, que contribuiu para aumentar os custos dos alimentos e dos combustíveis, são outros desafios.

“Precisamos de mais pessoas a bordo com esta crise. A maior parte do trabalho do CICV é ajudar as pessoas a permanecerem vivas, mas não é o suficiente. Uma crise desta escala precisa de um esforço conjunto de governos, parceiros humanitários e doadores que se concentrem no apoio de médio e longo prazo para ajudar os afetados a reerguerem-se. Isso precisa ser a prioridade”, disse Stillhart.

Juntamente com outros elementos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o CICV está a prestar assistência em vários países africanos – Somália, Quénia, Etiópia, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Sudão, República Centro-Africana, Chade, Camarões, Nigéria, Níger, Burkina Faso, Mali e Mauritânia — onde a crise de segurança alimentar é mais sentida, diz-se no comunicado.

Lusa

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