A coordenadora humanitária da ONU para os territórios palestinianos fez hoje um apelo à doação de 95 milhões de dólares (77,8 milhões de euros) para reconstruir a infraestrutura danificada nos recentes ataques de Israel à Faixa de Gaza.
Lynn Hastings, que realizou uma conferência de imprensa virtual na sede das Nações Unidas em Nova Iorque a partir de Jerusalém, precisou que o plano de emergência é para ser aplicado nos próximos três meses e que beneficiará um milhão de pessoas.
Na passada sexta-feira entrou em vigor um cessar-fogo entre o movimento islâmico Hamas, no poder em Gaza, e Israel, após 11 dias de um conflito que matou mais de 250 pessoas, incluindo 68 menores, a grande maioria palestinianos.
Grupos armados no enclave palestiniano lançaram milhares de ‘rockets’ sobre território israelita e as forças do Estado hebreu bombardearam intensamente a Faixa de Gaza.
Durante uma visita a Gaza, imediatamente após o cessar-fogo, Lynn Hastings encontrou-se com palestinianos que perderam as suas casas e meios de subsistência devido ao conflito.
Os combates destruíram milhares de habitações em Gaza e deixaram 800.000 pessoas sem acesso regular a água canalizada, tendo danificado 58 estabelecimentos escolares, seis hospitais e 11 centros de saúde, indicou.
“Lancei hoje em Jerusalém um pedido de 95 milhões de dólares para dar resposta a estas necessidades, durante três meses. Um milhão de pessoas receberá ajuda para seguir em frente”, disse Hastings, citada pela agência noticiosa espanhola EFE.
A coordenadora humanitária da ONU sublinhou que, além da destruição material, uma das suas preocupações são os efeitos dos recorrentes conflitos armados na saúde mental dos palestinianos, especialmente dos menores.
“A maior parte deste tipo de infraestruturas pode ser reparada, por isso o que preocupa a comunidade internacional é, em parte, o chamado impacto psicossocial destes conflitos que se repetem para o povo de Gaza e, em particular, para as crianças”, disse Lynn Hastings.
Este último conflito foi a quarta guerra entre Israel e o Hamas desde 2008.
Lusa