Sexta-feira, 11 de Outubro, 2024

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Filipe Nyusi diz que grupos armados são ameaça à independência

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou hoje os grupos armados que protagonizam ataques no norte do país uma ameaça à independência nacional, defendendo a unidade do país contra a violência na região.

“O terrorismo que afeta alguns distritos do norte de Cabo Delgado é uma ameaça aos ganhos do 01 de setembro”, afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação.

Filipe Nyusi proferiu a declaração, por ocasião do 46.º aniversário dos Acordos de Lusaca, assinados em 07 de setembro de 1974 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, e pelo Governo português para o estabelecimento das condições de declaração da independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975.

Nyusi avançou que a ação dos grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado mina as liberdades conquistadas com a assinatura dos Acordos de Lusaca.

“Os terroristas cometem crimes hediondos, sem dar o rosto, assassinam crianças, mulheres e homens e destroem bens”, frisou o Presidente moçambicano.

Filipe Nyusi repudiou a reivindicação da defesa do Islão que alguns dos grupos armados que protagonizam ataques no norte de Moçambique têm feito, assinalando que o país foi sempre conhecido no mundo pela liberdade e convivência pacífica entre religiões.

“Aqui em Moçambique não existe um histórico que relata conflitos entre religiões e somos admirados no mundo por isso”, destacou.

O país, prosseguiu Filipe Nyusi, deve manter-se vigilante em relação à utilização da religião para a justificação da violência.

“Queremos capitalizar esta ocasião para convidar todos os moçambicanos, independentemente da sua ideologia, religião, inteligência e experiência, para o combate a estes males”, salientou o chefe de Estado moçambicano.

As cerimónias centrais do 07 de setembro foram realizadas na cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia.

A província de Cabo Delgado é alvo de ataques por grupos armados desde outubro de 2017, que já causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

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