O mercado mundial de diamantes regista desde Março do ano em curso uma queda na ordem dos 50 por cento, comparativamente a comercialização da produção do período homólogo (2019), revelou hoje, quinta-feira, o director-geral da Endiama Mining, Pedro Galiano.
A Endiama Mining é uma instituição que tem como objecto social a pesquisa, prospecção, reconhecimento, exploração tratamento, e comercialização de diamantes e minerais acessórios.
Até o primeiro semestre de 2019, Angola, através da SODIAM, vendeu 1,5 milhões de quilates (ao preço médio de USD 155,3/quilate), resultando numa receita bruta de 232,8 milhões de dólares norte-americanos.
Sem avançar números do presente ano, o responsável, que falava sobre o futuro do subsector dos diamantes, disse que a queda na comercialização deve-se à desaceleração do mercado, causada pela pandemia da covid-19.
Avançou que a flutuação dos preços dos diamantes pode criar incertezas na concretização das receitas previstas no subsector dos diamantes este ano, caso a actual situação epidemiológica do mundo continuar.
Com esta queda no mercado, o processo de exploração está a se tornar mais complexo e oneroso, com os custos operacionais acima do normal, uma vez que grande parte da produção estão em estocagem na SODIAM, por escassez de clientes.
Para mitigar, a Endiama Mining fez um investimento de 10 milhões de dólares norte-americanos para aquisição de equipamentos de remoção de terras que estão a ser usados em projectos aluviais na vertente prestação de serviço.
Foram igualmente adquiridas quatro bulldozers e seis escavadoras, para o mesmo objectivo, minimizando os custos operacionais e de exploração das empresas.
Em 2018, o Executivo angolano aprovou a nova Política de Comercialização de Diamantes actualmente em vigor, cujo preço base de referência de venda é previamente definido, por acordo, dos principais intervenientes no processo, designadamente o produtor, a SODIAM e o Avaliador Independente.
A política visa assegurar um sistema eficaz e mais transparência ao processo de compra e venda do produto, ao contrário da que vigorou até o segundo semestre de 2018, em que era essencialmente baseada em clientes preferenciais, onde um grupo restrito de empresas tinha o direito de comprar toda a produção de diamantes do país.
Com esta medida, estavam criadas as condições de uma competitividade saudável no mercado, incentivando as empresas angolanas a aumentarem a produção, desiderato interrompido pela covid-19, uma situação imprevisível.