A Cimenfort industrial, uma das quatro vencedoras do concurso público internacional para a outorga de direitos mineiros em Angola, vai investir 75 milhões de dólares na exploração de fosfato.
Ao avançar hoje a informação, durante a cerimónia de anúncio dos vencedores do concurso público, o coordenador de projectos da empresa, David Silva, referiu ainda que, numa primeira fase, o projecto deverá gerar 80 postos de trabalho directo, 160 na segunda fase e 190 na terceira fase.
A Cimenfort, uma das maiores fabricantes de cimento de Angola (situada na região oeste do país, próximo ao porto de Lobito, na província de Benguela), estreia-se agora na exploração de fosfato.
O concurso contou com 17 concorrentes para outorga dos direitos mineiras em concessões de ferro, diamantes e fosfatos, nas províncias de Cuanza Norte, Cabinda, Zaire, Lunda Norte.
Além da “Cimenfort Industrial, LDA” (Angola), também foram vencedoras a “Mimbos Resources, LDA” (Austrália) – fosfato, ao passo que para a exploração de diamantes a escolha recaiu para “Bizzi e Associados/Somipa” (consorcio Angola/Brasil) e “Ishangol” (EUA).
Para exploração do ferro, a única empresa candidata não cumpriu com os requisitos exigidos, de acordo com Mankenda Ambroise, coordenador da comissão de avaliação.
Neste concurso público internacional, o primeiro do sector mineiro em Angola, a concessão do jazigo de fosfato da região de Cácata (Cabinda), foi o que maior número de propostas recebeu, com um total de sete empresas concorrentes, correspondendo a 41,2%, seguida do kimberlito de Camafuca Camazombo, província da Lunda Norte, com quatro concorrentes (23,6%).
O resultado do concurso acontece após uma longa maratona de apresentações técnicas no país e no estrangeiro, nomeadamente em Luanda (Angola), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Londres (Reino Unido), Beijing (China), Nova Iorque (EUA.
Das cinco concessões constam três propostas para o jazigo de fosfato de Lucunga, (Zaire) duas para a de diamantes, de Tchitengo (Lunda Norte) e uma apenas para a mina de ferro de Cassala –Kitungo (Cuanza Norte).
A concessão de Cácata está localizada na área de Cácata e Tchôbo, 240 quilómetros a Leste da cidade de Cabinda, numa área de 90 quilómetros quadrados.
Os trabalhos realizados sobre a concessão de Cácata estão calculados em cerca de USD 114 milhões de dólares americanos.
Trabalhos de investigação geológico-mineira foram realizados no jazigo de fosfato de Cácata, que resultou na identificação de uma sequência de fosfóricos lenticulares até 14 metros de espessura.
As reservas calculadas estão estimadas em 16.70 milhões de toneladas com teores de 24.6% de pentóxido de fósforo(P2O5).
O acesso aos jazigos podem ser feita pela estrada nacional 201 que liga a cidade de Cabinda e a localidade de Cácata, além do Porto de Cabinda que pode ser usado para a importação de máquinas e equipamentos.
Este jazigo pode apoiar as estratégias de segurança alimentar e nutrição, mediante a produção de fertilizantes e rocha fosfatada, para o fomento da agricultura.
Já o kimberlito de Camafuca-Camazambo, com uma superfície de 160 hectares, está localizado a 27 quilómetros do município de Lucapa (Lunda-Norte).
Três empresas estiveram envolvidas no reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação das reservas de kimberlito de Camafuca-Camazambo, descoberto em 1952, pela então Diamang.
Resultados dos trabalhos recentes realizados apontam para uma reserva provada de 209,5 milhões de metros cúbicos de mineiro 23,3 milhões de quilates.
Enquanto isso, a Lucunga está localizado no município do Tomboco (Zaire), ocupando uma área de 171 quilómetros quadrados.
As reservas estão estimadas em 215 milhões de toneladas de mineiro com teores de 9.56% de pentóxido de fósforo (P2O5).