O anúncio da diminuição progressiva do confinamento social, medida adotada para combater a propagação do coronavírus, a partir de 11 de maio retirou algumas incógnitas sobre o futebol francês e aumentou a esperança de que se possa concluir a temporada antes do fim de julho, mas provavelmente com portões fechados.
Em pronunciamento realizado na segunda-feira (13), o presidente da França, Emmanuel Macron, esclareceu em parte duas incógnitas da complexa equação que preocupa a Liga de Futebol Profissional (LFP) há semanas para desenhar o calendário da retomada do futebol no país.
A primeira é a data de 11 de maio como ponto de conclusão do confinamento, o que garante aos clubes que qualquer volta aos treinos antes desta data está descartada.
A LFP anunciou nesta terça-feira (14) que irá apresentar um “plano de retomada” alinhado com o “plano de finalização do confinamento do governo”, que será revelado nas próximas duas semanas.
A segunda é a proibição de todo evento que aglomere um “público numeroso” até meados de julho, o que sugere, à espera de um posicionamento mais preciso, que nenhuma partida possa ser disputada com público até esta data.
– Cenário privilegiado –
Caso os treinos sejam autorizados a partir de 11 de maio, e com o início da próxima temporada da Ligue 1 projetado para 23 de agosto, será possível começar a traçar um calendário viável para o futebol.
Um dos cenários estudados é retomar a temporada, interrompida na 29ª rodada, em 17 de junho, o que daria aos jogadores pelo menos um mês para recuperar a forma.
Este é precisamente o intervalo de tempo necessário citado pelos diferentes atores questionados sobre o tema.
Este calendário criaria uma intensa reta final de temporada, com duas rodadas disputadas por semana, até 25 de julho, dia da 38ª e última rodada do Campeonato Francês.
Um calendário ao qual terá que ser adicionado as finais da Copa da França e da Copa da Liga, que os organizadores desejam que sejam disputadas com a presença de público.
Mesmo caso das repescagens de rebaixamento-acesso para as Ligue 1 e Ligue 2, que poderiam acontecer entre final de julho e início de agosto.
– ‘Poucas certezas’ –
Estabelecer datas para iniciar a temporada 2020-2021 permitiria “garantir” a próxima temporada, de acordo com uma fonte próxima, que verá uma explosão dos direitos de televisão na França -superando pela primeira vez o valor de 1 bilhão de euros- graças à chegada do grupo espanhol Mediapro.
Isso permitiria também recuperar pelo menos parte dos valores de transmissão pagos aos clubes para a atual temporada, momentaneamente suspensos pelas emissoras beIN Sports e Canal+ devido à interrupção do campeonato.
Este hipotético calendário, porém, dependerá de diversas variáveis. “Apesar de tudo, há poucas certezas até agora”, afirmou um presidente de um clube da Ligue 1. “O que aconteceria se o confinamento fosse restabelecido depois de 11 de maio?”, questionou, preferindo considerar “o pior cenário” ao invés de confiar na melhor possibilidade.
Além da evolução da crise de saúde e das medidas de saída do confinamento, este plano só funcionaria caso a Uefa adiasse para agosto as finais das competições europeias, como a Liga dos Campeões. Uma possibilidade que a entidade europeia já cogitou, mas que ainda precisa ser sancionada por seu comitê executivo, que se reunirá em 23 de abril.