As autoridades sanitárias angolanas aconselharam hoje toda a população a fazer o uso de máscaras faciais quando estiverem em locais públicos, nomeadamente mercados, transportes públicos, lojas e bancos, para se protegeram da covid-19
A circular da Direção Nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde, que incentiva também os profissionais de saúde do sistema nacional público e privado a fazerem uso de máscaras, apela aos cidadãos para recorrerem a este objeto de proteção quando estiverem na rua e no local de trabalho.
As máscaras podem ser fabricadas localmente, explica a circular, “utilizando dois retângulos de tecido de algodão sobreposto de 25 cm (centímetros) por 15 cm de tamanho, e colocando tiras de tecido ou elástico para amarrar por detrás da cabeça”.
Segundo a circular, as mãos devem ser lavadas com água e sabão ou desinfetadas com álcool gel, antes de colocar a máscara e depois de a retirar, sem tocar na parte dianteira da máscara.
Enquanto as máscaras artesanais, confecionadas em pano, de preferência de algodão e reforçadas em duas camadas, podem ser reutilizadas, as cirúrgicas devem ser eliminadas diariamente.
“A máscara deve ser removida se estiver suja, molhada ou danificada”, refere a circular, orientando a população a preparar uma solução com quatro colheres de chá de lixívia por litro de água e depois passar a ferro, antes da utilização da máscara artesanal.
Angola registou até à presente data a ocorrência de 19 casos positivos, com cinco pacientes recuperados, de covid-19, todos referentes a cidadãos provenientes de países com circulação do vírus, que provocaram já dois óbitos.
O coordenador residente das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, encorajou, na terça-feira em Luanda, o uso de máscaras para a prevenção da covid-19, sobretudo nos musseques, onde o distanciamento social é “praticamente difícil ou impossível”.
Paolo Balladelli, que foi recebido pelo Presidente angolano, João Lourenço, considerou que ter “um obstáculo na cara permite diminuir a carga viral, diminuir a exposição”.
“Se pensarmos, por exemplo, em ambientes como o musseque, onde o distanciamento social é praticamente difícil ou impossível, então as máscaras poderiam fazer a diferença e complementar os esforços para o distanciamento físico”, acrescentou.
Para Paolo Balladelli, a proteção do pessoal de saúde é também um elemento importante, estando já comprovado nos países com epidemia severa, que os mesmos “podem, não só adoecer eles mesmos, mas também transmitir a doença para outras pessoas sãs”.