O Exército israelita confirmou ter hoje efetuado um ataque aéreo ao sul do Líbano contra um “comandante” do grupo pró-iraniano Hezbollah, apoiante do movimento islamita palestiniano Hamas, com o qual Israel está em guerra na Faixa de Gaza.
Ao início da noite de hoje, uma fonte da segurança libanesa tinha indicado que um responsável militar do Hezbollah tinha sido gravemente ferido num bombardeamento que hoje atingiu a sua viatura em Nabatiyé, no sul do Líbano.
O responsável do grupo xiita libanês “ficou gravemente ferido, e uma pessoa que o acompanhava ficou igualmente ferida”, precisou a fonte citada pela agência de notícias francesa AFP a coberto do anonimato.
O alvo do bombardeamento é um comandante do Hezbollah envolvido em vários disparos sobre o norte de Israel, perto da fronteira libanesa, indicou um porta-voz do Exército israelita, sem fornecer mais pormenores.
Nabatiyé, onde o veículo foi bombardeado, fica relativamente afastada da fronteira e tem sido poupada às trocas de fogo diárias entre o Hezbollah e o Exército israelita.
Segundo a Agência Nacional de Informação libanesa (ANI, oficial), “um ‘drone’ israelita lançou um míssil pelas 16:15 (14:15 de Lisboa) sobre a entrada leste de Nabatiyé atingindo uma viatura todo-o-terreno que se incendiou”.
O Hezbollah afirmou ter “atingido a base de controlo aéreo de Meron com mísseis Falaq”, como retaliação ao “ataque à cidade de Nabatiyé”.
Desde o dia seguinte ao ataque sem precedentes do Hamas a Israel, a 07 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, o Hezbollah tem bombardeado posições do Exército israelita na fronteira, em apoio ao movimento islamita palestiniano.
Israel riposta bombardeando alvos no sul do Líbano, e os seus ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas) visam regularmente combatentes do movimento xiita libanês.
Hoje, o Hezbollah reivindicou vários ataques a posições do Exército israelita do outro lado da fronteira, um dos quais contra um quartel em Kyriat Shmona.
O Exército israelita indicou num comunicado separado que tinha “intercetado com êxito um alvo aéreo suspeito que tinha atravessado a fronteira para o norte de Israel”.
Acrescentou também ter realizado ataques aéreos contra alvos do Hezbollah, “incluindo armas a bordo de um camião, uma infraestrutura terrorista e um centro militar nas zonas de Khiam e Kfar Hamam”.
O chefe do Estado-Maior da Força Aérea israelita, Tomer Bar, advertiu igualmente para a possibilidade de “ataques maciços” se eclodir uma guerra na fronteira com o Líbano.
“Centenas de alvos serão atacados em simultâneo no interior [do Líbano], mas também em Tiro, Sídon, Beirute e [no vale de] Bekaa”, afirmou.
Em quatro meses, 227 pessoas, na maioria combatentes do Hezbollah, mas também 27 civis, três dos quais jornalistas, foram mortas no sul do Líbano, segundo uma contagem da AFP.
Do lado israelita, foram mortas 15 pessoas, segundo o Exército.
Dezenas de milhares de habitantes dos dois lados da fronteira viram-se obrigados a abandonar as suas casas desde o início da violência.
Lusa