O Presidente da Turquia, o islamista Recep Tayyip Erdogan, perdeu a maioria absoluta necessária para evitar uma segunda volta nas eleições presidenciais, quando estão contabilizados 90% dos votos do escrutínio hoje realizado.
Às 23:00 locais, a agência oficial Anatólia atribuiu a Erdogan, que está há duas décadas no poder, 49,94% dos votos, um número muito próximo do que a ANKA, um meio de comunicação social privado, aponta como o seu resultado, ao passo que o candidato da oposição, o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu, terá recolhido entre 44% e 45%.
Um terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, obteve 5% dos votos.
Durante a contagem dos boletins de voto, o partido de Kiliçdaroglu, o CHP (Partido Republicano do Povo), acusou a agência Anatólia de não dar informação fiável e o AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento) de Erdogan de ter bloqueado a contagem, impugnando as atas nas zonas onde a oposição é mais forte.
Por isso, o próprio candidato da oposição pediu aos apoiantes e aos voluntários que participam no escrutínio para “não abandonarem os seus postos”, para garantir que a contagem é corretamente feita.
O presidente da câmara de Ancara, o social-democrata Mansur Yavas, afirmou que, quando se incluísse a contagem total das grandes cidades, o candidato da oposição teria a maioria absoluta para ganhar as presidenciais já nesta primeira volta.
Erdogan criticou o CHP por divulgar resultados antes do anúncio oficial da contagem e pediu também aos seus delegados de mesa para não se afastarem enquanto decorresse o escrutínio dos votos.
“Apesar de as eleições se terem realizado num ambiente tão positivo e democrático, a contagem dos votos ainda continua, tentar anunciar os resultados com precipitação significa usurpar a vontade nacional”, declarou o Presidente.
Nas eleições legislativas, que também decorreram hoje, a aliança formada em torno do AKP, o partido islamista de Erdogan, obteve 50% dos votos e 325 dos 600 assentos parlamentares, com o que manterá a maioria absoluta de que dispõe há 20 anos.
O CHP e seus aliados conquistaram 34% e 215 mandatos parlamentares e o partido esquerdista pró-curdo HDP (Partido Democrático dos Povos) e seus aliados asseguraram 60 deputados, quando estavam contabilizados 82% dos votos.
Lusa