Quarta-feira, 12 de Março, 2025

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Militantes da UNITA convocam manifestação para pedir destituição de Adalberto Costa Júnior


Uma manifestação contra a actual direção da UNITA está convocada para o dia 31 deste mês para exigir a destituição do seu presidente, Adalberto Costa Júnior.

O principal partido da oposição diz desconhecer quem são as pessoas que convocaram a manifestação e que se afirmam ser militantes do partido, e acusa a Casa de Segurança da Presidência da República de ser responsável pela acção numa tentativa de desacreditar a liderança do “Galo Negro”.

A alegada falta de espaço para críticas dentro da UNITA é a razão que leva um grupo de cinco indivíduos, supostamente militantes daquele partido, a exigirem a destituição de Adalberto Costa Junior, tal como disse em entrevista ao jornal O País, Joaquim Andrade, um dos assinantes da carta que convoca o protesto para o próximo dia 31.

Em resposta ao grupo, o conhecido dirigente da UNITA Abílio Kamalata Numa diz desconhecer os subscritores da carta a quem acusa de estar ao serviço do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República.

“Eu vi a assinatura, não conheço nenhum deles e não sei a que comité (da UNITA) pertencem”, afirma Numa, acrescentando que “aquela instituição, do general Tavares, de acção psicológica está orientada a fazer isso”.

Kamalata Numa recorda que no passado a UNITA teve provas concretas de uma campanha semelhante na qual fundos foram distribuídos a indivíduos para levarem a cabo esse tipo de iniciativa.

“Pergunta a eles, em que comité militam e quem lhes negou este debate”, conclui Numa.

A Voz da América tentou o contactar Norberto Garcia, actual diretor do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República, mas não obtivemos qualquer resposta.

Também tentamos contactar os alegados promotores da manifestação, mas sem sucesso.

O analista político Rui Kandove diz, no entanto, que as críticas de militantes contra a direção da UNITA têm aumentado e é de opinião que o partido deve fazer um esclarecimento público sobre o assunto.

“Ao longo dos últimos 20 anos, o que se dizia é que o MPLA era um partido intolerante, antidemocrático e que convivia muito mal com as criticas, (mas) a verdade é que no tempo em que Adalberto Costa Junior assume a liderança da UNITA – um homem cuja a narrativa está sempre alojada na democracia na abertura – é exactamente neste tempo que existem mais reclamações em relação a práticas antidemocráticas a nível da UNITA”, diz Kandove, para quem “é um paradoxo, por isso é mais que importante que a direcção da UNITA e o próprio Adalberto Costa Junior venham explicar o que se passa”.

Fonte: VOA

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