Um juiz federal norte-americano determinou que o ex-vice-Presidente Mike Pence terá que testemunhar perante um grande júri, na investigação do Departamento de Justiça sobre os esforços de Donald Trump para anular o resultado das presidenciais de 2020.
A informação foi adiantada à agência Associated Press (AP) por duas pessoas ligadas ao processo, que falaram sob a condição de anonimato.
Estas fontes referiram que Pence não terá que responder a perguntas sobre as suas ações em 06 de janeiro de 2021, quando uma multidão de apoiantes do ex-Presidente Donald Trump, incentivadas pelo magnata republicano, invadiram o Capítulo dos EUA, enquanto Pence presidia a uma sessão conjunta do Congresso para certificar a vitória eleitoral do democrata Joe Biden.
Pence e os seus advogados alegaram fundamentos constitucionais para contestar a intimação.
A defesa do ex-vice-Presidente defendeu que, por estar a servir como presidente do Senado naquele dia, estava protegido de ser forçado a testemunhar pela cláusula de “discurso ou debate” da Constituição, que visa proteger os membros do Congresso de questionar sobre atos legislativos oficiais.
A equipe de Pence está a avaliar se vai recorre da decisão.
A decisão do juiz distrital dos EUA James “Jeb” Boasberg estabelece um cenário sem precedentes, de um ex-vice-Presidente ser obrigado a dar um testemunho potencialmente prejudicial contra o Presidente que serviu.
Esta intimação ocorre ainda quando Pence é apontado como possível candidato à indicação republicana para as presidenciais de 2024, o que o colocaria em competição direta com Trump, candidato já anunciado.
Pence foi intimado no início deste ano para comparecer perante um grande júri em Washington, numa investigação sobre a interferência eleitoral.
O conselheiro especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, está a investigar as tentativas de Trump e dos seus aliados para anular os resultados da eleição presidencial de 2020 para manter o republicano no poder.
Vários assessores de Trump já compareceram perante o grande júri, bem como um outro painel que examina a potencial detenção ilegal de documentos confidenciais por Trump na sua mansão no complexo de Mar-a-Lago, na Florida.
Um porta-voz do gabinete do procurador especial recusou-se a comentar, referiu ainda a AP.
Pence falou extensivamente sobre a campanha de pressão de Trump, que o instou a rejeitar a vitória do Presidente Joe Biden nos dias que antecederam 06 de janeiro, inclusive no seu livro “So Help Me God”.
O ex-vice-Presidente disse ainda que Trump colocou em perigo a sua família e todos os outros que estavam no Capitólio naquele dia e disse que a história o responsabilizará.
Lusa