O Japão pagará 100.000 ienes (930 dólares) a cada residente, anunciou nesta sexta-feira o primeiro-ministro Shinzo Abe, uma medida para conter a crise econômica na terceira maior economia do mundo pela pandemia de coronavírus.
“Estamos nos movimentando rapidamente para entregar dinheiro a todas as pessoas”, declarou Abe em uma entrevista coletiva exibida na televisão para explicar sua decisão de ampliar o estado de emergência a todo o país.
Um plano inicial para pagar um valor três vezes superior às famílias, que viram sua renda reduzida em consequência do coronavírus, foi descartado e Abe pediu desculpas pela confusão.
O Japão havia registrado um número relativamente pequeno de casos e mortes pela COVID-19 em comparação a países da Europa ou Estados Unidos, mas um aumento acelerado em Tóquio, que registrou o recorde de 201 novos casos na sexta-feira, provocou muita preocupação.
Inicialmente, Abe decretou estado de emergência em sete regiões do país, mas na quinta-feira ampliou a medida para todo o território do arquipélago até 6 de maio.
O primeiro-ministro explicou que tomou a decisão para restringir as viagens internas durante o recesso da Semana Dourada, entre o fim de abril e o início de maio, quando os japoneses visitam suas famílias.
“O futuro depende de nosso comportamento”, disse o primeiro-ministro, antes de afirmar que depende de todos reduzir os contatos sociais.
A economia japonesa já se encaminhava para a recessão antes da crise do coronavírus, após uma contração de 1,8% no último trimestre de 2019.
Desde então, o turismo desabou 90%, a indústria e o comércio estão paralisados e o coronavírus obrigou o adiamento dos Jogos Olímpicos de 2020 para o próximo ano.
No mês passado, Abe anunciou um pacote de medidas de estímulo de quase um trilhão de dólares para proteger o emprego, reforçar o setor médico e aliviar a situação das famílias.
Nesta sexta-feira o governo começou a distribuir duas máscaras a cada residência do país.