Um primeiro navio humanitário fretado pela ONU para transportar cereais ucranianos foi carregado hoje com 23.000 toneladas de trigo e está pronto a sair para o mar, anunciou o ministro das Infraestruturas da Ucrânia.
Presente no porto de Pivdenny, na cidade de Yuzhne, para assistir ao carregamento, o ministro Oleksandre Koubrakov indicou que “o navio seguirá para África, sendo a Etiópia o último país onde a carga de 23.000 toneladas de trigo será entregue”.
“Espero que outros navios fretados para o Programa Alimentar Mundial (PAM) cheguem aos nossos portos. Espero que haja mais dois ou três navios em breve”, afirmou.
No Twitter, o ministro disse mais tarde que o carregamento estava feito e que o navio partiria sem breve, sem indicar uma data.
O navio Brave Commander atracou na sexta-feira no porto de Pivdenny, perto de Odessa. Segundo o Ministério das Infraestruturas da Ucrânia, partirá para Djibuti, de onde a carga seguirá para a Etiópia.
Este é o primeiro carregamento de ajuda alimentar a deixar a Ucrânia desde que foi assinado em julho, por Kiev e Moscovo, com mediação da Turquia e sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU), um acordo para a exportação de cereais ucranianos, bloqueada após a ofensiva russa na Ucrânia.
“Prevemos, evidentemente, que mais navios deixem os portos ucranianos para dar ajuda às pessoas no mundo inteiro. Este é apenas o primeiro de muitos navios humanitários que deixarão os portos”, declarou aos jornalistas Marianne Ward, diretora-adjunta de operações do PAM na Ucrânia.
O primeiro navio comercial partiu no dia 01 de agosto e no total 16 navios já deixaram a Ucrânia desde a entrada em vigor do acordo, de acordo com as autoridades ucranianas, sendo este o primeiro carregamento humanitário da ONU.
A Ucrânia e a Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de cereais, que têm registado uma subida de preços desde o início da guerra.
Segundo o PAM, um número recorde de 345 milhões de pessoas em 82 países enfrentam atualmente uma insegurança alimentar aguda, enquanto até 50 milhões de pessoas em 45 países correm o risco de fome sem ajuda humanitária.
Lusa