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Pelo menos 600 pessoas resgatadas no assalto à principal base rebelde em Macomia

Pelo menos 600 pessoas raptadas por rebeldes em Cabo Delgado foram resgatadas nos últimos quatro meses em Macomia pelas forças de Moçambique, do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), informou o Ministério da Defesa ruandês.

O resgate destas pessoas é o resultado das ofensivas militares que as forças governamentais desencadearam para assaltar posições dos rebeldes na base de Catupa, localizada numa mata densa do distrito de Macomia, indicou o Ministério da Defesa do Ruanda, em nota oficial.

“Os grupos terroristas do Estado Islâmico em Moçambique foram obrigados a fugir para as localidades de Nkoe e Nguida do mesmo distrito, pois continuam a ser rastreados pelas forças conjuntas”, acrescenta a nota de Kigali.

A operação que resultou na tomada da base Catupa foi anunciada pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, em 15 de julho, tendo avançado ainda que, durante os confrontos, um dos líderes dos rebeldes que aterrorizam Cabo Delgado desde 2017 foi abatido.

A base Catupa, descrita como o principal refúgio dos rebeldes em Macomia, estava localizada numa mata densa do distrito e albergava insurgentes que fugiram das operações militares que culminaram com a recuperação de Mocímboa da Praia, em agosto do ano passado, segundo informações avançadas pelas Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique em 23 de julho.

Durante a operação para a tomada da base Catupa, segundo as forças governamentais moçambicanas, dezenas de rebeldes foram abatidos, tendo também sido apreendido material bélico, em quantidade não especificada, e computadores, bem como rádios de comunicação que eram usados pelos insurgentes para coordenar ações.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.

Lusa

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