O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, garantiu na quinta-feira ao homólogo norte-americano, Joe Biden, que, quando tiver de deixar a presidência do país, o fará “de forma democrática”.
“Este ano temos eleições no Brasil e queremos eleições limpas, fiáveis e auditáveis para que não haja dúvidas (…) Fui eleito pela democracia e estou certo de que, quando deixar o Governo, será também de uma forma democrática”, disse o chefe de Estado brasileiro sobre as eleições agendadas para 02 de outubro, segundo um comunicado da Casa Branca divulgado após uma reunião bilateral entre os dois governantes.
A declaração de Bolsonaro, feita na IX Cimeira das Américas, surge depois de o Presidente brasileiro ter questionado a legitimidade das eleições em várias ocasiões nos últimos meses, chegando mesmo a questionar a fiabilidade das urnas eletrónicas e a denunciar o início da fraude em 2018, quando ganhou o escrutínio.
Antes do encontro com o seu homólogo norte-americano, Bolsonaro voltou a questionar o sistema eleitoral no Brasil, bem como o dos Estados Unidos.
“É o povo americano que o diz [que houve fraude nas eleições nos EUA]. [Donald] Trump estava a ir muito bem. E temos muitas coisas que nos fizeram duvidar (…) Não queremos que isso aconteça no Brasil”, disse o Presidente brasileiro.
Horas depois, após o encontro entre Biden e Bolsonaro, o Presidente dos EUA deixou uma mensagem de confiança no sistema eleitoral brasileiro: “O Brasil é um lugar maravilhoso, (…) por causa da democracia vibrante e inclusiva e das fortes instituições eleitorais”.
A Casa Branca já defendeu anteriormente a fiabilidade das eleições no Brasil. “Temos sido muito francos na expressão de grande confiança na capacidade das instituições brasileiras de realizarem eleições livres e justas com salvaguardas adequadas contra a fraude”, disse o responsável norte-americano para o Hemisfério Ocidental, Juan Gonzales, em comunicado.
Os EUA exortaram também o Governo brasileiro a não minar a confiança no processo eleitoral, “especialmente porque não houve sinais de fraude nas eleições anteriores”, enfatizou a Casa Branca.
Lusa