O antigo juiz e ex-ministro da justiça Sergio Moro anunciou hoje que não será candidato à presidência brasileira nas eleições de outubro.
“Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, disse o ex-ministro da Justiça do Governo de Jair Bolsonaro, numa mensagem através do Twitter.
Sérgio Moro acrescentou ainda que “o Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização”.
A sua demissão da candidatura presidencial surge no mesmo dia em que anunciou oficialmente a sua mudança de partido, da direita Podemos, com a qual se lançou na política e concorreu como possível candidato a Chefe de Estado, para a União Brasil (centro-direita).
A sua mudança de partido, disse, visa “facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”.
Moro aparece em terceiro lugar nas sondagens de intenções de voto, com 8%, atrás de Lula da Silva, que lidera as sondagens com mais de 40% do apoio, e do Presidente do país, Jair Bolsonaro, que obteria até um máximo de 30%.
O magistrado parecia ser o mais bem posicionado, de acordo com as sondagens, para liderar a candidatura de “terceira via” que as forças políticas do centro estão a tentar formar, a fim de quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro, que procurará a reeleição.
Contudo, o seu progresso nas sondagens estagnou nos últimos meses, permanecendo em 8%, a que se devem acrescentar as dificuldades em criar alianças devido à sua falta de experiência na política.
Moro tornou-se um símbolo da luta contra a corrupção no Brasil devido aos julgamentos como juiz em Curitiba (sul), nos quais condenou dezenas de políticos e empresários por corrupção, como parte da Operação Lava Jato.
Entre eles Lula, que passou 580 dias na prisão por duas condenações que mais tarde foram anuladas pelo Supremo Tribunal, que mais tarde, num outro processo, declarou que Moro agiu de forma “parcial” ao julgar o antigo presidente.
Em 2019 tornou-se Ministro da Justiça de Bolsonaro, mas demitiu-se em abril de 2020 devido a fortes discordâncias com o governante, a quem acusou de tentar interferir ilegalmente e politicamente na Polícia Federal, embora a corporação tenha dito não ter encontrado tais provas.
Lusa