Domingo, 3 de Agosto, 2025

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Jovem médico afastado por trabalhar embriagado

Um médico de 32 anos, que especializa-se em ortopedia no hospital central do Lubango “António Agostinho Neto”, a foi afastado, após ter sido flagrado a trabalhar “completamente” embriagado, deixando pacientes à espera por horas, sem atendimento.

É o primeiro caso do género, tornado público, após denúncia de um familiar de um paciente à Inspecção-geral da Administração do Estado (IGAE), que teria sido informado da falta de um médico na área de ortopedia, mas que depois o especilista apareceu bêbedo.  

Por conta da situação, 17 pacientes vítimas de acidente de viação e outros com problemas ortopédicos não foram atendidos no momento, tendo ficado por mais de seis horas à espera, na última quinta-feira.

Ao reagir à situação, a directora-geral da unidade, Maria Lina Antunes, explicou tratar-se de um comportamento “reprovável” do médico, que não é quadro do hospital, mas de um dos municípios e que está a fazer a sua especialização.

“Nós vamos expulsá-lo do internato e devolvê-lo ao município (Caluquembe) de origem e esse por sua vez vai determinar o que poderá fazer”, disse.

Explicou, no mesmo dia, houve um problema no servidor informático responsável pelo registo de doentes e a área do banco de urgência ficou sem ligação com o hospital, mas isso não impede o atendimento de doentes.

Já o assessor de imprensa da delegação provincial da IGAE na Huíla, Misael Tycussi, disse que o médico teria se ausentado do local de trabalho no período da tarde e posteriormente regressou “completamente” embriagado.

Laurinda Cassinda, mãe de uma menor de nove anos, atropelada quando ia à escola, disse que ao chegar à unidade, lhe foi comunicado que não existia sistema para registar a menina e ficaram à espera sem assistência.

Acrescentou que quando o médico chegou viu a chapa de raio X, perguntou o nome da criança e foi-se embora, sem ter assistido a paciente.

Já José Cardoso, que fez a denúncia à IGAE, levou a irmã no hospital, vítima de acidente de carro e disseram-lhe que não havia solução por falta de sistema.

“A minha irmã foi atendida por um enfermeiro que fez raio x, mas o enfermeiro precisava da presença do médico para fazer a  leitura, pois não sabia se era uma contusão ou fractura, mas o profissional não se encontrava no hospital, apareceu horas depois e “altamente embriagado”.

Nas proximidade do referido hospital existe um estabelecimento de venda de alimentos e bebidas, onde nalguns casos vão para lá pessoal de apoio e até médicos, havendo inclusive relatos de pacientes internados que descem para beber álcool.

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