Dois mil trabalhadores angolanos serão necessários para distribuir/comercializar cartões SIM, vulgo “chip”, da 4ª operadora de telefonia móvel de Angola, Africell, que inaugurou o seu Data Center (centro de processamento de dados) nesta quarta-feira, em Luanda.
O anúncio feito esta quarta-feira pela embaixadora dos Estados Unidos de América (EUA) em Angola, Nina Maria Fite, enquadra-se na entrada em funcionamento dessa operadora americana, que prevê início das suas operações em Dezembro próximo no país.
Ao falar à imprensa, após o acto de inauguração do Data Center da Africell, a diplomata americana fez saber que pelos menos 70 por cento da força de trabalho da referida telefonia móvel será angolana.
Nina Maria Fite augurou que o sucesso da Africell Global Holding Ltd inspire outras empresas americanas a procurar oportunidades em Angola, particularmente no âmbito de projectos que reforcem as infra-estruturas críticas do país e impulsione o crescimento económico e a prosperidade dos angolanos.
Na ocasião, o director de estratégias da Africell, Gonçalo Farias assegurou que, actualmente, 30 por cento da força de trabalho desta empresa é feminina, com maior destaque na área da engenharia.
Conforme o responsável, a medida que outras frentes de trabalho estão a ser integradas, o foco será o aumento do género feminino na força de trabalho da empresa, visando o empoderamento das mulheres, no curto prazo.
Segundo Gonçalo Farias, do ponto vista operacional e de infra-estrutura, a Africell está apta a cumprir os seus compromissos, estando na fase conclusiva da instalação dos equipamentos.
Quanto à documentação, a fonte sublinhou que ainda falta o licenciamento de sites, regularização das tarifas, entre outros detalhes regulatórios, que competem ao Instituto Angolano das Comunicações (INACOM).
Por outro lado, o director nacional das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Matias Borges, garantiu que o Governo angolano continuará a dar o apoio necessário para que a entrada em funcionamento da Africell aconteça dentro do prazo programado, Dezembro deste ano.
O director afirmou que com a entrada em funcionamento do novo operador neste sector, o mercado será mais atractivo, dando várias opções aos utilizadores, especialmente para as regiões com baixo nível de cobertura.
Em Fevereiro deste ano, o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) e a Africell assinaram um Contrato de Concessão para Prestação de Serviços de Comunicações Electrónicas, licenciando esta operadora com o Título Global Unificado (TGU).
O contrato habilita a operadora a vender produtos de comunicações electrónicas e a prestar serviços tradicionais e financeiros, por via do telemóvel (Mobile Money), em todo o espaço geográfico da República de Angola.
Numa primeira fase, a operadora vai lançar os serviços com uma cobertura total na província de Luanda, seguindo-se as restantes províncias do país.
Trata-se de um investimento de cerca de 300 milhões de dólares que asseguram, numa primeira fase, 400 empregos directos e 100 indirectos.
Além da entrada em funcionamento da Africell, em Dezembro próximo, Angola conta com três operadoras de telefonia, nomeadamente Angola Telecom, Movicel e Unitel, empresas que, em 2017, foram concedidas as três primeiras licenças de Título Global Unificado, após a realização de um Leilão de Frequências.
O surgimento da telefonia americana em Angola resulta da sua aprovação no concurso público realizado em Julho de 2020, que atribui a esta operadora o quarto Título Global Unificado para a prestação de serviço público de comunicações electrónicas no país.
A Africell Global Holding Ltd está no mercado das telecomunicações há 18 anos, disponibilizando vários serviços a mais de 12 milhões de clientes. Em África está presente na Gâmbia, República Democrática do Congo (RDC), Serra Leoa e Uganda.
Angop