O Presidente angolano João Lourenço rejeitou pressões do Governo brasileiro para intervir no caso da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) que levou à expulsão de Angola de dezenas de missionários brasileiros daquela instituição religiosa, disse o jornal brasileiro Folha de São Paulo.
Durante a sua estada em Luanda, na semana passada para participar na Cimeira da CPLP, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, aproveitou a visita para tentar interceder a favor da Igreja Universal, que enfrenta uma crise no país desde o ano passado.
Em reunião com Lourenço, Mourão pediu que o Parlamento angolano recebesse uma comitiva de deputados brasileiros para negociar uma trégua na crise dentro da IURD.
Mourão foi o escolhido pelo Presidente Jair Bolsonaro para tentar solucionar o problema da igreja que já teve mais de 1.200 membros brasileiros expulsos de Angola.
Segundo interlocutores, além de pedir a visita de parlamentares, o vice-presidente pediu a Lourenço que garantisse um tratamento justo à igreja nos processos judiciais que correm em Angola.
Mas Lourenço não reagiu positivamente a nenhum dos pedidos.
De acordo com informações veiculadas no Brasil, o Presidente angolano acreditou não ser adequado parlamentares brasileiros serem recebidos em Angola sem ao menos um convite da Assembleia Nacional.
No mês passado, parlamentares brasileiros ligados à IURD disseram publicamente que iriam usar a sua influência para suspender acordos comerciais com Angola.
Deputados ligados àquela denominação prometeram aprovar projetos de lei que pusessem fim às alianças com o Governo brasileiro.
Essas ameaças teriam irritado o Governo angolano, o que fez o presidente manter uma postura de fechar as portas a negociações.
A VOA tentou contacto com a comitiva dos parlamentares brasileiros, mas ainda não teve qualquer resposta.
VOA