O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, defendeu, esta sexta-feira, o afastamento da coligação ao projecto político denominado Frente Ampla, pelo facto de, em seu entender, a sua concretização implicaria a dissolução da coligação.
Manuel Fernandes, que falava no programa Especial Informação da TV Zimbo, referiu que está a se criar um falso elemento que não se vai concretizar, tendo em conta que o mesmo não cria uma nova coligação, mas sim a integração das forças políticas na lista da UNITA com quotas para a sua acomodação.
“Não é uma Frente Ampla nenhuma, mas sim uma integração de vários actores políticos na lista da UNITA , dai que a CASA-CE não pode fazer parte deste exercício, por ter ambição de concorrer às próximas eleições”, argumentou.
Acrescentou ainda que “a CASA-CE é uma coligação e não pode ser contactada para integrar outra coligação, ou seja, ela é que tem espaço de abertura para que outras forças possam entrar”, disse.
Neste sentido, Manuel Fernandes questionou se as outras forças políticas, com incidência para UNITA, estão dispostas a ir às eleições sem a sua bandeira e os seus símbolos.
Por outro, o político acrescentou que se houvesse interesse para que a CASA-CE integrasse a mesma não teriam contactado o Bloco Democrático (BD), mas antes a liderança da mesma para ver a viabilidade deste processo, o que não ocorreu.
Ainda assim, referiu que se podem estabelecer convergências paralelas com outras forças políticas, visando o controlo do voto, bem como estabelecer mecanismos de luta para a construção do processo democrático.
No capítulo interno, Manuel Fernandes, que substituiu André Mandes de Carvalho no comando da CASA-CE, adiantou que a mesma hoje está mais dinâmica e próxima dos cidadãos.
Em seu entender, este é um momento para perceber a situação real dos angolanos e, por este motivo, tem realizado digressões pelo país.
Defendeu ainda a necessidade de se idealizar políticas que possam conduzir os cidadãos para uma nova realidade e um novo contexto do país.
Ainda em relação à reorganização da mesma, argumentou que actualmente cinco dos seis partidos que compõem a coligação já se definiram em trabalhar para a sua consolidação, faltando apenas o BD que ainda está em processo.
Para si, apesar dos vários problemas na mudança de liderança, dissidência no Grupo Parlamentar, entre outros, a coligação continua forte e unida, porque anteriormente era “um manto de retalhos, com vários poderes”.
Ao longo da sua entrevista, falou igualmente do momento actual do país, que na sua opinião exige grandes mudanças.
Lusa