Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje de emergência

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vai reunir-se hoje, de forma virtual, para discutir a situação no Mali, anunciou a organização na terça-feira.

Coronel Assimi Goita – Chefe da junta militar

A reunião virtual vai realizar-se às 15:00, hora em Nova Iorque, na sede da ONU (20:00 em Luanda).

A sessão de emergência foi solicitada à presidência chinesa do Conselho de Segurança pela França, Níger, Tunísia, Quénia e São Vicente e Granadinas, Estados-membros do órgão da ONU.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, anunciou na terça-feira que a França pediu uma reunião de emergência na ONU, após o golpe de Estado no Mali, para discutir “a grave situação” do país.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou, na terça-feira, à “calma” no Mali e pediu a “libertação incondicional” dos seus líderes civis.

“Estou profundamente preocupado com as notícias da detenção de líderes civis [encarregados] da transição no Mali”, escreveu Guterres numa mensagem na rede social Twitter.

A missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), a União Africana, os Estados Unidos da América, Reino Unido e Alemanha condenaram também a tentativa de golpe de Estado.

O vice-presidente de transição no Mali, o coronel Assimi Goita, anunciou na segunda-feira que demitiu o seu superior, o Presidente Bah Ndaw, bem como o primeiro-ministro, Moctar Ouané, assegurando que “o processo de transição continua o seu curso” e que haverá eleições em 2022.

Goita, coronel que liderou um golpe em agosto de 2020, justificou a ação com uma “crise de muitos meses a nível nacional”, em referência às greves e várias manifestações convocadas no país por atores sociais e políticos.

A detenção de Ndaw e Ouané ocorreu horas após o anúncio da composição de um novo Governo formado pelo primeiro-ministro, o que, segundo várias fontes, causou desconforto entre os líderes do golpe militar, pela exclusão de dois comandantes militares.

Goita, chefe dos militares que derrubaram o presidente eleito Ibrahim Boubacar Keita em 18 de agosto de 2020, culpou o Presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane pela formação de um novo Governo sem o consultar previamente, apesar de ser o responsável pela Defesa e Segurança, áreas cruciais no país.

Desde a sua independência de França, em 1960, o Mali foi palco de vários golpes de Estado, resultantes de motins por militares em 1968, 1991, 2012 e 2020.

Lusa

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