Sexta-feira, 18 de Julho, 2025

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ACNUR confirma que campos de refugiados eritreus em Tigray foram “totalmente destruídos”

Os campos de refugiados eritreus de Shimelba e Hitsats na região de Tigray, na Etiópia, “estão totalmente destruídos”, disse hoje fonte do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), após uma visita aos campos pela primeira vez.

ACNUR confirma que campos de refugiados eritreus em Tigray foram

As equipas do ACNUR “encontraram ambos os campos totalmente destruídos e todas as instalações humanitárias saqueadas e vandalizadas”, disse o porta-voz do ACNUR, Boris Cheshirkov, numa conferência de imprensa em Genebra, confirmando o que imagens de satélite recolhidas em fevereiro já permitiam perceber.

O ACNUR também manifestou preocupação com os cerca de 20.000 refugiados eritreus que viviam nos dois campos e que, entretanto, desapareceram.

Um número indeterminado dessas pessoas está espalhado pela cidade de Shiraro, segundo o ACNUR, que referiu que uma missão da Agência etíope para os Refugiados (ARRA) irá avaliar números, necessidades e vontade dos refugiados se deslocarem.

O ACNUR recordou que mais de 7.000 dos refugiados que inicialmente se encontravam nos campos destruídos se mudaram para dois outros campos de refugiados eritreus em Tigray, Mai Aini e Adi Harush.

Cerca de 1.000 outros refugiados fugiram para outros locais na Etiópia.

A ajuda humanitária conseguiu chegar aos refugiados nos campos Mai Aini e Adi Harush, que estão sobrelotados, disse a agência da ONU.

O ACNUR está à procura de novos locais para alojar os refugiados, o que é tanto mais urgente quanto se aproxima a estação das chuvas.

Além dos refugiados eritreus, há cerca de 95.000 etíopes deslocados no distrito de Shiraro.

A grande maioria destas pessoas vive em comunidades locais.

O Tigray é palco de combates desde o início de 04 de novembro de 2020, data em que o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o exército etíope para desalojar a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF), o partido eleito que então governava o estado etíope no norte da Etiópia, e que vinha há vários meses a desafiar a autoridade de Adis Abeba.

Abiy justificou a operação militar como resposta a um ataque prévio das forças estaduais do Tigray a uma base do exército federal.

Adis Abeba declarou vitória em 28 de novembro, mas a grande maioria dos líderes estaduais, pertencentes à TPLF, que o Governo federal quer desarmar e prender, estão em fuga e prometeram continuar a lutar.

Antes da eclosão da crise na região de Tigray, cerca de 100.000 eritreus refugiavam-se de décadas de violência na Eritreia em pelo menos quatro campos de refugiados localizados naquele estado etíope, mas muitos milhares de nacionais eritreus vivem espalhados por toda a Etiópia.

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