O antigo futebolista e hoje treinador Júlio Baptista afirmou hoje que João Félix, internacional português de 21 anos, que representa os espanhóis do Atlético de Madrid, pode-se tornar num dos “melhores jogadores do mundo”.
Numa videoconferência alusiva aos primeiros 90 anos da Liga espanhola, promovida pelo canal de televisão Eleven Portugal, o ex-internacional brasileiro, hoje treinador na formação do Valladolid, reconheceu o “enorme talento” do atacante com 18 golos em 61 jogos oficiais pelos ‘colchoneros’ desde o verão de 2019, quando deixou o Benfica, na transferência mais cara de sempre entre um clube luso e um espanhol (126 milhões de euros).
“É um jogador com enorme talento, que, no futuro, pode ser um dos grandes nomes do futebol. Pode ser um dos melhores jogadores do mundo”, realçou o antigo médio ofensivo, de 39 anos, que, em Espanha, jogou pelo Sevilha (2003 a 2005), pelo Real Madrid (2005/06 e 2007/08) e pelo Málaga (2010/11 a 2012/13).
Júlio Baptista considera, porém, “difícil” que nomes emergentes do futebol como João Félix, o francês Mbappé, de 22 anos, vinculado ao Paris Saint-Germain, ou o brasileiro Rodrygo, de 20, no Real Madrid, possam igualar o “talento” de Messi, que é o melhor marcador da história da Liga espanhola, com 457 golos em 17 épocas pelo Barcelona, e de Cristiano Ronaldo, autor de 311 nessa prova durante nove épocas no Real.
Depois da ‘rivalidade’ entre o português de 36 anos, que se mudou para os italianos da Juventus em 2018, e o argentino de 35, ainda na Catalunha, ter marcado várias edições de La Liga, Júlio Baptista considera que o futuro desse campeonato passa, à semelhança do futebol em geral, pela “tomada de decisão” cada vez mais precisas dos atletas, em relvados onde o tempo para se pensar é cada vez menor.
“O futebol em Espanha é mais técnico, mas joga-se a uma velocidade incrível. Com a possibilidade de chegarem jogadores estrangeiros, o futebol está-se a tornar mais físico. Os jogadores com tomada de decisão muito rápida vão ter o melhor rendimento dentro do campo. Quase não se tem tempo para pensar hoje. Mas o futebol nunca vai perder a beleza”, vaticinou.
Entre os 16 portugueses que militam no campeonato, o antigo médio destacou ainda Jota, extremo de 21 anos ao serviço do Valladolid, por empréstimo do Benfica, que espera ver tirar proveito do “talento” que possui.
Colega do ‘portista’ Pepe, no Real Madrid, na época 2007/08, na qual ambos se sagraram campeões, e do ‘sportinguista’ Antunes, no Málaga, durante a temporada 2012/13, Júlio Baptista reconheceu que sempre teve “afinidade” com os jogadores portugueses com quem trabalhou, devido à língua e à consequente “facilidade na comunicação”.
Quanto à presente edição do principal campeonato espanhol, com Atlético de Madrid na liderança, seguido de Real Madrid e FC Barcelona, Júlio Baptista mostrou-se pouco “surpreendido” com a classificação, por entender que os ‘colchoneros’ têm um “plantel mais completo” face aos rivais para enfrentar um “ano muito complicado” devido à pandemia de covid-19.
A intervenção do antigo médio foi acompanhada por uma apresentação relativa aos primeiros 90 anos da Liga espanhola, cujo primeiro jogo se realizou em 10 de fevereiro de 1929, com os catalães do Espanyol a derrotarem os bascos da Real Unión de Irún (3-2).
Além de Cristiano Ronaldo e de João Félix, a apresentação destacou ainda Luís Figo como o português que mais campeonatos conquistou – quatro, no FC Barcelona e no Real Madrid, entre 1995 e 2005 -, Jorge Mendonça, pelo maior número de temporadas – 12, ao serviço de Atlético, Barcelona e Maiorca, entre 1958 e 1970 -, e ainda Gomes Bravo como o primeiro jogador luso a atuar na competição, pela Real Sociedad, na temporada 1947/48.