Seis templos da Igreja Universal do Reino de Deus, na província do Bengo, foram apreendidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Num comunicado de imprensa, a PGR no Bengo refere que os seis templos foram apreendidos no âmbito de um mandato de apreensão do SIC Geral referente ao processo nº 3419/019-05.
Os templos da Igreja Universal do Reino de Deus apreendidos foram entregues ao Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Juventude e Desporto do Bengo, em representação do Instituto de Actividades Religiosas, a título de fiel depositário.
Os templos e os bens neles contidos ficam à disposição do processo até despacho em contrário do Magistrado responsável pelo mesmo.
A Igreja Universal do Reino de Deus enfrenta, desde Novembro de 2019, uma crise interna, envolvendo bispos e pastores.
A crise resulta de profundas divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros sobre a gestão dessa instituição religiosa, que deu lugar à criação de uma Comissão de Reforma, liderada por membros da igreja, de nacionalidade angolana.
Os principais factores do conflito que saltam à vista são a exigência da prática da vasectomia a pastores angolanos, abortos forçados, racismo, alienação de mais de metade do património da igreja e branqueamento de capitais.
O manifesto denuncia ainda supostas práticas de evasão de divisas para o exterior do país, a falsificação da acta de eleição de órgãos sociais da IURD, a emissão de procurações com plenos poderes a cidadãos brasileiros para exercer actos reservados à assembleia-geral.
O conflito agudizou-se em Junho deste ano, quando pastores e bispos angolanos e brasileiros se envolveram numa intensa troca de acusações e agressões físicas.

