A ministra das Finanças, Vera Daves, afirmou hoje que o executivo angolano está “a acompanhar de perto” o tema das subvenções aos combustíveis, prometendo encontrar “a melhor solução” face ao “momento social que se vive”.
Em declarações à margem de um encontro com o representante do Banco Mundial, Vera Daves destacou que “entre o momento social que se vive e as dificuldades económicas que a subvenção gera, naturalmente será encontrada a melhor solução no melhor momento possível”.
Na semana passada, o presidente do conselho de administração da Sonangol afirmou que já estava concluído o trabalho técnico para a retirada de subsídios aos combustíveis, cabendo a decisão final ao Governo.
Os subsídios custam à petrolífera cerca de 1,6 milhões de euros anuais e Sebastião Gaspar Martins comentava o assunto, que vem sendo avançado há alguns anos pelo Governo angolano, à margem de um encontro promovido pelo Ministério dos Recursos Minerais Petróleo e Gás com alguns órgãos de comunicação social.
“O executivo tem acompanhado o tema de perto. Sabemos das distorções que a subvenção cria para a própria Sonangol, o espaço que cria para contrabando, mas também temos consciência da grande pressão, das grandes dificuldades pelas quais os angolanos têm estado a passar”, apontou a ministra.
Em outubro de 2019, o Governo angolano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concertaram posições quanto ao fim dos subsídios aos combustíveis que só seria aplicado em simultâneo com um programa de transferências sociais para as famílias mais vulneráveis.
Em março deste ano, Vera Daves tinha já garantido que a retirada dos subsídios aos preços dos combustíveis seria feita, mas com a devida cautela face ao seu impacto.