Cerca de 200 pessoas que insistiam em permanecer ao relento no largo do bloco 8, da centralidade do Capari, foram retiradas coercivamente nas primeiras horas de hoje, quinta-feira, pela Polícia Nacional por desobediência às ordens do Tribunal de Comarca do Dande (Bengo).
Antes da tomada da medida coerciva, a Polícia Nacional convidou, na quarta-feira, os ocupantes a abandonarem voluntariamente o recinto em que pernoitavam em forma de protesto.
De acordo com o chefe do Gabinete da Assessoria Jurídica do Comando Provincial do Bengo, intendente Catarino de Andrade, os invasores estavam a desrespeitar o decreto presidencial 142 e 212/2020 sobre o Estado de Calamidade Pública, que proíbe o ajuntamento de mais de 15 pessoas em recintos públicos aberto e fechado, bem como as medidas de biossegurança.
Por outro lado, o coordenador do bloco 8, Passos da Silva, disse que vão acatar as medidas, apesar de muitos não saberem para onde ir e acusa a Sonip e a Imogestin serem as principais responsáveis na colocação de centenas de famílias, que pagaram para obtenção de um apartamento, apelando os órgãos de justiças no sentido de apurarem a veracidade dos factos.
A Angop tentou contactar pessoal afecto aos escritórios da Imogestin na centralidade de Capari, mas todas as tentativas ficaram goradas, por não aceitarem fazer qualquer pronunciamento sobre o assunto. Desde o início das ocupações ilegais do bloco 8 que à Angop tentou contactar, mas sem sucesso.
A centralidade do Capari, cujas obras da primeira fase terminaram em 2016, foi concebida para quatro mil fogos habitacionais do tipo T3, sendo que apenas cerca da metade encontram-se habitados.
O projecto habitacional prevê albergar uma população estimada em 24 mil habitantes, desenvolvendo-se numa área total de 90,5 hectares, incluindo a área adicional onde foram construídos os equipamentos.