Com uma taxa de letalidade de 4.2 por cento, correspondente a 106 óbitos em 2.471 casos de infecção, Angola possui uma das cifras de mortes por Covid-19 das mais altas do mundo, fixada em 3.2 por cento, informou hoje, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Franco Mufinda recordou que a taxa de letalidade já foi mais alta ainda que a actual, tendo baixado devido aos “esforços que se faz na recuperação de pacientes”.
Justificou a alta taxa de mortalidade com o facto dos doentes, sobretudo, os em estado grave, possuírem outras enfermidades crónicas não controladas, e que, às vezes, chegam ao hospital já em estado crítico, precipitando a morte.
“Apelamos a cultura de hábitos saudáveis, não fumar, praticar exercícios físicos, não obstante estarmos em ambientes de restrições, não ingestão excessiva de álcool. Equilíbrio da alimentação, preocupar-se com a sua saúde”, recomendou.
Apesar de a África registar nesse momento uma redução de 20 por cento em termos taxa de infecção, recordou que Angola ainda está na fase crescente de casos e que se exige o redobrar das medidas de prevenção para se cortar a cadeia de transmissão.
“Isso acaba por expressar, uma vez mais, o trabalho que desenvolvemos de recuperar mais pessoa e se evitar que o número suba”, disse.
Para cortar a cadeia de transmissão, está a se fazer um trabalho que visa diminuir novos casos de infecção e, sobretudo, mortes, que consiste em formação de pessoas para aumentar a educação sanitária comunitária.
Apontou ainda o aumento da capacidade institucional, com a criação de mais unidades sanitárias, como o de campanha inaugurado hoje na província da Lunda Norte, com capacidade para 200 camas.
Ainda no quadro do reforço da capacidade institucional informou que está em Luanda um grupo de 20 técnicos laboratoriais oriundo do Uíge, Lunda Norte e Huambo, que vão trabalhar na montagem dos laboratórios de biologia molecular a serem instalados nessas províncias por uma empresa chinesa.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 832 mil mortos e infetou mais de 24,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.