Um grupo composto por dois cidadãos chineses e dois angolanos foi detido no último fim-de-semana, na província de Benguela, pelo Serviço de Investigação Criminal, na posse de Akz 27.862.000, 00, por alegado branqueamento de capitais, tavolagem e associação criminosa, soube hoje, quarta-feira, a Angop.
Segundo o porta-voz do SIC em Benguela, sub-inspector Victorino Kotingo, que falava à Angop, com os supostos criminosos foram apreendidas 149 máquinas de jogo, 40 caixas de acessórios de reposição das mesmas, quatro viaturas e milhares de moedas metálicas.
A Angop sabe que o grupo não tem autorização (licença) das autoridades afins para realizar esse tipo de jogos.
Victorino Kotingo disse que o grupo fazia o entesouramento domiciliar dos valores arrecadados.
“Eles utilizam nesses jogos moedas metálicas que não entram para o sistema bancário, provocando a sua escassez no mercado e constrangimentos aos agentes económicos”, referiu.
A detenção do grupo resulta de uma acção investigativa há algum tempo e procedeu-se quando circulavam na localidade de Catengue, município de Caimbambo, com destino às províncias da Huíla e do Cunene.
“Interpelou-se as viaturas em que seguiam e verificou-se que no interior das mesmas estavam dois (2) cidadãos de nacionalidade chinesa em companhia de um angolano de 26 anos de idade, efectivo da Polícia Nacional colocado na unidade da Policia de Intervenção Rápida (PIR), que estaria alegadamente a dar cobertura aos mesmos”, disse o sub-inspector.
Adiantou ainda que, após a detenção desses três indivíduos, as diligências continuaram até as suas respectivas residências, na cidade de Benguela, onde foi possível apreender parte dos valores, bem como deter o segundo comandante provincial da PIR, por alegado envolvimento com o grupo.
O porta-voz informou que estão igualmente detidos cinco cidadãos angolanos alegadamente pelos crimes de burla por defraudação e associação criminosa.
Segundo Victorino Kotingo, esses cidadãos defraudaram o Banco Económico em Akz 15.313.879,03, mediante transações ilícitas no sistema bancário, através da utilização de cartões multicaixa.
O sub-inspector explicou que esse grupo instigava determinados cidadãos a abrir conta no Banco Económico, através do seu programa de micro-crédito “Bankita”, e ficavam com os respectivos cartões multicaixas.
Os titulares dessas contas, em contrapartida, recebiam valores monetários que variavam de 200 a 500 mil kwanzas.
O grupo de meliantes usava esses cartões nos finais de semana para realizar transferências sem cobertura e efectuavam compras em diversos estabelecimentos comerciais.
“Os meliantes forçavam o sistema bancário para conseguir efectuar pagamentos mesmo sem estar devidamente aprovisionada ou possuir saldo positivo na referida conta. Actuavam no momento em que se observa uma quebra do sistema da Emis – Empresa Gestora dos terminas de pagamento automático, e a entidade bancária, uma vez que a compensação bancária acontece normalmente às segundas feiras.”, informou.
Victorino Kotingo disse que, com os meliantes, foram apreendidos onze (11) cartões multi-caixa personalizados em nome de terceiros, um (1) aparelho de TPA, diversos documentos de transferência bancária, bem como Akz 136.000,00.