Uma queixa subscrita por mais de um milhão de subscritores deu entrada no Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda), contra o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por crimes contra a humanidade e genocídio por falhar no combate à pandemia.
A ação contra o líder do Governo brasileiro foi entregue na noite de domingo, juntando mais de um milhão de trabalhadores da área da saúde liderada pela Rede Sindical Brasileira UNISaúde e com apoio de entidades internacionais.
“No entendimento da coligação, há indícios de que Bolsonaro tenha cometido crime contra a humanidade durante sua gestão frente à pandemia, ao adotar ações negligentes e irresponsáveis, que contribuíram para as mais de 80 mil mortes pela doença no país”, refere a ação judicial contra o Presidente brasileiro.
Os autores da denuncia recorreram ao Estatuto de Roma, que define critérios sobre crimes internacionais como o genocídio e a tortura, alegando que Bolsonaro cometeu crimes contra a humanidade e genocídio porque recusou-se a tomar medidas para proteger a população brasileira na pandemia.
Bolsonaro sempre se manifestou contra as medidas de isolamento social determinadas por gestores locais no país, afirmando que estas medidas matariam mais pessoas do que o vírus já que prejudicam a economia.
O Presidente brasileiro também é um grande defensor do tratamento da infeção pelo novo coronavírus a partir do uso de remédios como a cloroquina, que não tem eficácia comprovada cientificamente.
É a segunda denuncia contra Bolsonaro em Haia. O líder brasileiro já foi alvo de uma outra denúncia no mesmo tribunal, envolvendo a situação dos indígenas.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 2,4 milhões de casos e 87.004 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 649 mil mortos e infetou mais de 16,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.