Pelo menos uma pessoa morreu e outras 20 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira em Bamako, capital do Mali, durante uma manifestação em massa contra o presidente Ibrahim Boubacar Keita.
Em comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o chefe de Estado anunciou a abertura de uma “investigação” para estabelecer “o equilíbrio e as circunstâncias exatas das perdas humanas e materiais”.
Ele afirma que “garantirá a segurança de bens, cidadãos e instituições” e o fará “sem vacilar”, embora afirme sua “vontade de continuar o diálogo” e “acalmar a situação”.
É a terceira maior manifestação organizada em menos de dois meses pela coalizão Movimento 5 de junho, composta por líderes religiosos, políticos e da sociedade civil contra o presidente Keita, no poder desde 2013.
O Movimento de 5 de junho pede a dissolução do Parlamento, a formação de um governo de transição que nomeie um primeiro-ministro e a substituição dos nove membros do Tribunal Constitucional, acusados de conluio com o Executivo.
Esse movimento de protesto, liderado pelo imã Mahmoud Dicko, levanta temores de agravamento da instabilidade num país que já enfrenta ataques jihadistas desde 2012 e uma espiral de violência intercomunitária nos últimos cinco anos.
Após o protesto, os manifestantes atacaram a sede da Assembleia Nacional.
As duas redes públicas de televisão da ORTM não estavam transmitindo na tarde desta sexta, segundo um jornalista da AFP. No momento, o motivo é desconhecido, mas ocorreu depois que os manifestantes foram em direção à sede da rádio e televisão públicas, onde ocuparam o pátio, segundo vários jornalistas da AFP.
Outros manifestantes bloquearam duas das três pontes da cidade, segundo a AFP. E houve incêndios em vários locais.
Na sexta-feira, os líderes dos protestos também reiteraram seu pedido de desobediência civil.