Segunda-feira, 30 de Junho, 2025

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Permanência de Angola na OPEP divide opiniões

O debate em torno da permanência ou não de Angola na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ganha terreno, numa altura em que o país se prepara para assumir a presidência da entidade, a partir de Janeiro de 2021.

Entre os defensores da permanência de Angola na OPEP figura o consultor e jornalista  especializado em petróleos, José Oliveira, que considera “politicamente errado” um eventual abandono do país, em momento de crise petrolífera mundial.

Citado na edição de 26 de Junho do jornal “Expansão”, José Oliveira argumenta que, pelo facto de Angola ser um dos países do mundo mais dependente das receitas petrolíferas, é “natural” manter-se integrada nessa organização.

Para um outro especialista, Patrício Quingongo, a permanência de Angola na organização assegura credibilidade e permite atrair investimento estrangeiro.

“Contrariamente a países como a Nigéria e o México, Angola não tem internamente capacidade financeira, ‘know-how’, nem competência técnica e tecnológica para assegurar o desenvolvimento do sector”, afirma Quingongo, segundo o “Expansão”.
 
Em sentido contrário está o economista e docente universitário Alves da Rocha, que defende a saída de Angola da OPEP ou, pelo menos, uma “suspensão” da sua condição de membro, caso os estatutos da organização admitam esse tipo de “solução transitória”.

O especialista admite, por outro lado, que “Angola perde uma variável importante de gestão das receitas petrolíferas, tão fundamentais em épocas de escassez de dinheiro”.

Para si, a gestão dos recursos petrolíferos “tem de ser de responsabilidade nacional”.
 
O empresário Pedro Godinho, por seu turno, destaca que, saindo da OPEP, Angola não estaria sujeita a cortes nem a quotas, o que beneficiaria o aumento dos preços.
 
Entretanto, diz que a saída de Angola da OPEP não teria que ser já, mas que deveria passar por uma “estratégia” para acontecer no momento certo, por forma a não ser prejudicada a “estratégia” de produção.
 
As discussões à volta do tema sempre tiveram dois focos, um que defende maior produção e menor preço, e outro a baixa produção e venda do produto mais caro.
 
OPEP, na sigla portuguesa, ou OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries, na língua inglesa), é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
 
É uma organização intergovernamental que integra 13 nações, fundada em 15 de Setembro de 1960, em Bagdad, capital do Iraque, por cinco membros fundadores: Irão, Iraque, Koweit, Arábia Saudita e Venezuela. Tem a sua sede em Viena, na Áustria, desde 1965.
 
Em setembro de 2018, os então 14 países membros representavam 44% da  produção global de petróleo e 81,5% das reservas de petrolíferas “comprovadas” do mundo, dando à OPEP uma grande influência nos preços.
 
A missão declarada da organização é a de coordenar e unificar as políticas de petróleo de seus países membros e garantir a estabilização dos mercados.
 
É este um exercício que visa garantir um fornecimento eficiente, económico e regular deste recurso aos consumidores, uma renda estável aos produtores e um retorno justo de capital para aqueles que investem na indústria petrolífera.
 
A organização também é uma provedora significativa de informações sobre o mercado internacional de petróleo. Os atuais membros da OPEP são os seguintes: Argélia, Angola, Guiné-Equatorial, Gabão, Irão, Iraque, Kuwait,  Líbia, Nigéria, República do Congo, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.
 
Com a adesão à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) Angola ganhou visibilidade junto dos grandes produtores do sector.

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