As comissões especializadas da Assembleia Nacional questionaram esta segunda-feira a equipa económica do Governo e responsáveis de órgãos da Administração Pública sobre as prioridades e estratégias do Orçamento Geral do Estado de 2026. Entre os temas em debate, destacou-se o preço do cimento no mercado nacional e a necessidade de ampliar o número de indústrias para suprir a procura interna.

O ministro da Indústria e Comércio esclareceu que a capacidade instalada da indústria cimenteira em Angola é de 8,5 milhões de toneladas para cimento e 185 mil toneladas para cimento cola. Destacou que, nos últimos oito meses, foram lançadas obras de novas fábricas em Benguela, no IGE e em Luanda, com o objetivo de reduzir eventuais défices na produção.
Quanto ao custo do cimento, o ministro explicou que nem todas as matérias-primas, como o clínquer, são produzidas localmente, sendo necessárias importações. Outros custos, como equipamentos importados e combustível, também influenciam o preço final do produto.
O debate abordou ainda a situação dos guardas florestais, que são insuficientes a nível nacional, e o controlo da qualidade dos produtos industriais, sobretudo óleos, girassol, soja e dendê. O Governo afirmou que as novas indústrias seguem padrões internacionais de produção e qualidade, permitindo que os produtos angolanos concorram no mercado regional e internacional.
Outros temas discutidos incluíram o combate ao desemprego, com destaque para o programa “Crescer”, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pela União Europeia, e a educação, com o Executivo a reforçar que o desenvolvimento de capital humano continua a ser uma prioridade, enquadrado na estratégia ACH 2036.
As audições sobre a proposta do Orçamento Geral do Estado de 2026 vão prosseguir nos próximos dias, com novas discussões técnicas e apreciações parlamentares.

